Vereadores do Progressistas não seguem orientação do diretório

Além de não seguirem a decisão do partido, Michael e Plinio desafiaram a direção

Vereadores do Progressistas não seguem orientação do diretório
Depois de votar favorável à administração, Plinio visitou ontem o prefeito para “apresentar demandas” (Reprodução)

Os vereadores Michael Silveira e Plínio Andrade desobedeceram na segunda-feira, 24, a orientação da direção do partido, o Progressistas, e se aliaram a outros seis membros da Casa para aprovar projeto que autoriza o Executivo a majorar o limite para abertura de créditos adicionais suplementares, fixando o índice em 10%. A matéria foi à discussão na 38ª reunião ordinária, realizada na tarde de segunda-feira, 24 de outubro, quando vários outros projetos foram votados pelos vereadores.

 

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A administração municipal havia pedido autorização para majoração em até 15% para créditos adicionais ao Orçamento. A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária apresentou subemenda estabelecendo esse índice em 10%, contrapondo à emenda modificativa do vereador Edmilson Amparado, que propôs limite em até 3%. A subemenda teve a assinatura de dois componentes da Comissão, Maurício Silva e Michael Silveira, sendo voto vencido a vereadora Aline Macedo. Na apreciação pelo plenário – votação em turno único por tratar-se de peça orçamentária -, depois do projeto do Executivo ter sido aprovado 6 votos a 4, a subemenda foi acolhida por 7 votos a 3.

 

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Esse era um dos quatro projetos que o partido se posicionou contrário. Entre os outros três, o mais polêmico é que eleva de 11 para 17 o número de vereadores, que não foi apreciado ontem em segunda votação. Na primeira votação, no dia 17, Plinio e Michael integraram o Grupo dos 8 favorável à ampliação. No final de semana, o diretório do Progressistas fechou questão contra a matéria e formalizou a decisão do partido na Mesa da Câmara Municipal.

 

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E nos pronunciamentos de segunda-feira da Câmara, quem foi mais desafiador e agressivo contra a direção do partido foi Plinio Andrade. Apesar de não atacar diretamente o atual presidente da legenda, Rodrigo Maia, ele preferiu enaltecer a liderança do ex-presidente do partido, Ademir José da Silva. Chegou até a atribuir somente a ele a construção do prédio da Câmara – só esqueceu que a iniciativa foi de José Eustáquio do Nascimento. E acabou confessando que foi por orientação de Ademir que ele não quis incriminar ninguém naquela CPI do Covid – do qual ele foi relator. Além de não apontar responsáveis, ele transferiu essa missão para o Ministério Público, como consta do seu próprio relatório. Só que até ontem nem ele e nem a Câmara encaminharam ao Ministério Público o relatório que a Casa aprovou. Engavetou a sua pizza!

 

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Ao tomar conhecimento da “rebeldia” de Plinio e Michael, o presidente do partido, Rodrigo Maia, disse na segunda-feira que iria procurar a assessoria jurídica para tratar do caso. E pela posição dos litigantes, o assunto promete, pois além de brigar com os eleitores, Plinio e Michael brigam com o partido. Em 2012, por infidelidade partidária, o ex-vereador Nivaldo Oliveira de Souza, conhecido como Chaparral, foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral por infidelidade partidária. A ação foi movida pelo ex-partido dele, o Democratas.

 

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E evidenciando que esse episódio já se transformou numa questão política, ontem o vereador Plinio Andrade – que no início da legislatura chegou a integrar o G5 (como ficou conhecido o grupo de oposição ao prefeito Diego Oliveira) – fez uma visita ao prefeito e apresentou algumas demandas – conforme publicação numa rede social do prefeito (clique aqui para assitir). Na oportunidade o chefe do Executivo elogiou a postura e o posicionamento do vereador e agradeceu o voto na matéria aprovada na segunda. Em resposta, Plinio garantiu: “pode contar com nosso apoio”.