Servidores do Saae já retornaram ao trabalho depois de um dia de paralisação
Uma comissão vai apresentar sugestões para uma emenda ao projeto de plano de carreira da autarquia municipal
Durou menos de 24 hs a paralisação dos servidores da área de manutenção do Serviço Autônomo de Águas e Esgoto de Passos, o Saae. E o movimento foi deflagrado mais pelos desentendimentos entre alguns setores dos servidores com o titular do órgão do que propriamente pelo projeto de lei que institui o plano de carreira dos servidores em debate na Câmara, que cumpre um termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público Estadual. A maior parte dos 104 servidores do Saae não foi concursada pela autarquia, que sucedeu uma unidade da Funasa. No final do dia de ontem ficou acertada a instituição de uma comissão entre vereadores, servidores e administração municipal para analisar algumas emendas ao projeto do Executivo para ser apresentado ao MP visando uma transição que não prejudique os atuais servidores no novo processo de contratação, a ser feito por concurso.
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A propósito desse movimento dos servidores do Saae, um observador do cotidiano passense fazia as contas ontem e apurava uma contabilidade dura e bem mais grave do que a que se apresenta agora na autarquia municipal. No final da gestão passada, por falta de um processo legal de contratação de servidores feito por um concurso anulado pela justiça, cerca de 100 ficaram sem empregos e ninguém pediu cabeça de ninguém.
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Mas bem mais numeroso que esse foi o caso da estadualização da Fundação de Ensino Superior de Passos, que deixou mais de 400 servidores de fora da Uemg – sendo que o reaproveitamento ainda temporário de alguns deles não chegou a duas centenas.
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E como era esperado, a greve de um dia dos servidores teve grande repercussão na Câmara. Alguns menos preocupados com a situação dos servidores e mais com a cabeça do titular do órgão; outros com um pouco de razão para resolver um problema legal. O líder do prefeito, Maurício Silva, lembrou que a matéria está na Câmara desde setembro. E que agora os vereadores e a comissão de servidores poderão aperfeiçoá-la.
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O problema no Saae é antigo. Antes da posse do atual prefeito não foram poucos os pedidos que chegaram até ele – e de alguns vereadores – para que a direção do órgão ficasse com “gente da casa”. E foi justamente essa “gente da casa” que montou essa caixa preta há anos e não resolveu o problema, apenas o empurrou e o agravou. Agora chegou a conta.