Sertanejo falecido há cinco anos completaria 63 anos nesta sexta-feira

Familiares de cantor e compositor em Passos lembram com saudades do inesquecível ‘Cowboy Vagabundo’

Sertanejo falecido há cinco anos completaria 63 anos nesta sexta-feira
Juliano Cézar se apresentou em Nashville, capital do estado norte-americano do Tennessee (Álbum familiar)

Um dos maiores ídolos da música brasileira, compositor e intérprete do ritmo sertanejo/country, estaria completando nesta sexta-feira, dia 27, 63 anos de idade. Em 2019, de forma repentina, quatro dias depois de seu aniversário, faleceu em cima do palco durante um show na presença de milhares de fãs na cidade de Uniflor (PR), vítima de infarto fulminante e fazendo o que mais gostava.

O protagonista da história é Juliano Cézar, o Cowboy Vagabundo, como também ainda é conhecido nos meios artísticos. Por muitos anos, ocupou as paradas de sucesso nas emissoras de rádio de todo o país e as mais ouvidas também nas plataformas de streaming de música. Até hoje, os principais hits do cantor são: Bem aos Olhos da Lua, Longe de Casa, Cowboy Vagabundo, Não Aprendi Dizer Adeus (veja clipe aqui), Faz Ela Feliz, dentre outras.

A forma como Juliano faleceu, surpreendeu a todos que gostam de música sertaneja. A mãe, Euza de Melo Costa, de 88 anos, adoeceu de forma inesperada depois da perda do filho, a irmã, Maria Cristina de Melo Costa, mais os filhos Ana Carolinna e Luiz Felipe, são os parentes mais próximos e residentes em Passos. "Nossa vida mudou muito. Quando vai chegando o Natal e Ano Novo, a tristeza toma conta dos nossos corações. A vontade de viver alegre, diminuiu bastante, porém quis o destino e não podemos fazer nada. Só os amigos e Deus para nos confortar dia a dia", lamentou Cristina.

Júlio César de Melo Costa, nome de batismo, é considerado passense desde a infância e mesmo durante a carreira profissional, no entanto nasceu em 27 de dezembro de 1961, no município turístico de Poços de Caldas, no sul do estado, onde residia com os pais Ataíde Bernardino Costa e Euza. Veio para Passos aos seis anos, mais os dois irmãos mais velhos, que também morreram de forma inesperada e trágica.

O primogênito, Luiz Antônio, aos 15 anos de idade, foi atingido acidentalmente por uma bala de revólver, quando estava na entrada principal do extinto Colégio Orientado ao Trabalho (GOT), enquanto que Cláuzio, de 42 anos, faleceu em consequência de um acidente automobilístico na rodovia de acesso à cidade de São João Batista do Glória. O terceiro filho do casal, ainda vivo, Maria Cristina, nasceu em Sacramento (MG).

A irmã revelou que Juliano fazia questão de dizer por onde se apresentava Brasil afora, que era passense, e há alguns anos, foi homenageado pela Câmara Municipal com com o título de cidadão do município. Posteriormente, a honraria se repetiu em Ribeirão Preto (SP), onde morava, e por último, Barretos (SP). “Ele dizia sempre que o seu coração era daqui. Amava essa cidade, onde viveu até se tornar jovem. Em Poços, foi apenas uma passagem”, contou Cristina. O corpo do cantor está sepultado no Cemitério Municipal de Passos.

 

A CARREIRA

O cantor, compositor e apresentador de televisão iniciou sua carreira artística iniciou em 1985, após trabalhar como peão de rodeios e fazendeiro. Lançou seu primeiro disco independente, apresentando regravações de sucessos de Chitãozinho & Xororó e Milionário & José Rico. Em 1990, lançou seu primeiro disco ‘Amor de Peão’, com composições próprias, entre elas ‘Não Aprendi a Dizer Adeus’, posteriormente regravada por Leandro e Leonardo.

Ao longo de 33 anos de carreira, Juliano Cezar lançou doze CDs e três DVDs. Ele recebeu o Prêmio Sharp de cantor revelação em 1991 e foi indicado ao Grammy Latino em 2004 na categoria ‘Melhor Álbum Romântico’ pelo disco ‘Vida de Peão’.

 

Cristina, Ana Carolinna, Juliano e Luiz Felipe (álbum de família)

SAUDADES

Através de uma mensagem exclusiva ao site Observo, a irmã escreveu que “a saudade se intensifica em meu coração. As festividades de Natal e Ano Novo, que outrora celebrávamos juntos com tanta alegria, agora trazem uma mistura de lembranças felizes e a dor da sua ausência. Nossa ligação sempre foi profunda, marcada por fraternidade, companheirismo e uma amizade inabalável”, se manifestou.

“Você não foi apenas um irmão exemplar, mas também um filho dedicado e um tio amoroso, cuja presença iluminava nossas vidas. Sua paixão pela música e o dom de encantar a todos com sua voz deixaram um legado inesquecível, que continua a tocar os corações de muitos. Sinto-me imensamente grata a Deus pelo privilégio de ter compartilhado minha vida com alguém tão especial”, continuou.

“Suas canções, como ‘Não Aprendi a Dizer Adeus’ e ‘Cowboy Vagabundo’, não apenas embalaram momentos inesquecíveis, mas também refletem a alma de um artista que viveu intensamente sua paixão pela música sertaneja e country. Sua trajetória, reconhecida com prêmios como o Prêmio Sharp de cantor revelação e a indicação ao Grammy Latino, enche-me de orgulho. A lembrança do seu sorriso, da sua voz e da sua presença continua viva em mim. Embora a dor da sua partida seja profunda, encontro conforto nas memórias que construímos juntos e na certeza de que seu espírito permanece ao nosso lado”, finalizou a irmã.