Queijo Minas Artesanal quer o título de Patrimônio da Humanidade da Unesco
Candidatura está sendo defendida nesta sexta-feira, com uma apresentação do modo de fazer queijo em Minas
O Sicoob Sarom, que já investiu nos últimos 5 anos R$ 12 milhões em ações de desenvolvimento socioeconômico, segue fortalecendo os produtores de queijo da Serra da Canastra e de toda Minas Gerais. Agora, o objetivo da instituição é reforçar a imagem do Queijo Minas Artesanal (QMA) em todo mundo por meio da conquista do título de Patrimônio Imaterial da Humanidade.
Em parceria com o Governo de Minas, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan), a candidatura do QMA foi lançada, em Minas Gerais, no dia 24 de setembro, durante a quarta edição do Festival do Queijo Minas Artesanal, em Belo Horizonte.
“Nós da Sarom apoiamos a criação da Aprocan, investimos na capacitação dos produtores da região e trabalhamos para condições legais mais adequadas para os produtos artesanais. Os frutos desse trabalho de 31 anos estão aí. O Queijo Canastra conquistou medalhas internacionais e hoje está entre os melhores do mundo. Seguiremos fomentando as riquezas da Serra da Canastra e de Minas por meio do cooperativismo financeiro”, ressalta João Carlos Leite, presidente do Sicoob Sarom.
Durante o evento do Comitê Intergovernamental da Unesco, que vai até 02 de dezembro, será realizada uma apresentação do modo de fazer queijo em Minas, além de uma degustação dos produtos e visitas técnicas a produtores artesanais de queijo marroquino e cooperativas.
Em entrevista ao Diário do Comércio, o superintendente de Abastecimento e Cooperativismo da SEAPA MG, Gilson Sales, informou que 120 quilos de Queijo Minas Artesanal foram levados ao evento com a devida aprovação das autoridades sanitárias.
DE QUEIJO ILEGAL PARA O MELHOR QUEIJO DO MUNDO
A cultura, história e tradição da Região da Serra da Canastra é formada por famílias que viam na produção do queijo artesanal uma alternativa de sustentabilidade. Entretanto, sem qualificação, os produtores de queijo ficavam a mercê do mercado.
Com o apoio e parceria do Sicoob Sarom, Sebrae, Ocemg, governos Estadual e Federal, foi criada a Associação do Queijo da Serra da Canastra (Aprocan), que hoje, além de marca própria, tem como diferencial a produção legal do queijo à base de leite cru. Essa iniciativa transformou a vida de muitos produtores, já que aumentou o valor agregado do queijo e, consequentemente, a prosperidade dos moradores da região.
Os 70 produtores da Aprocan geraram em 2021 uma receita de R$ 32 milhões, com média de R$ 457 mil/produtor. Com o aumento de renda, foram criados 140 empregos diretos nos municípios participantes. Para se ter uma ideia, em 2008 o Queijo da Canastra foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural imaterial brasileiro. E se não bastasse, em 2022, o Queijo da Canastra foi reconhecido como o melhor queijo do mundo, pelo Taste Atlas. Mais que uma instituição financeira, a Sarom contribui para o desenvolvimento das pessoas e comunidades onde atua.