Queijeiros da Canastra aprendem com europeus a valorizar o queijo

Trinta queijeiros de Minas aprenderam técnicas para que o queijo Minas Frescal não perca suas características originais

Queijeiros da Canastra aprendem com europeus a valorizar o queijo
Instrutores ensinam formas para se diferenciar no mercado cada vez mais competitivo de queijos autorais (Joao Felipe Eckstein/Divulgação )

Terminou nesta sexta-feira (22/4) um curso com instrutores franceses destinado a queijeiros, em Vargem Bonita, na Serra da Canastra. São 30 alunos e as aulas estão sendo ministradas na Pousada Vale dos Diamantes, em Vargem Bonita, a 312 quilômetros de BH. Juntos, eles estão pensando com os professores todas as possibilidades de valorizar o queijo Minas artesanal.

Massa mais mole ou mais quebradiça, casca com mofo branco ou lavada, possíveis aromatizações, formatos inovadores e truques para ter um diferencial num mercado cada vez mais competitivo de queijos autorais.

Um dos professores, Hervé Mons, é queijeiro de uma família tradicional de comerciantes de queijos da região da Auvergne, na França. O pai dele, Hubert Mons, tinha um pequeno caminhão que coletava queijo de vários pequenos produtores e revendia nos mercados da cidade de Roanne.

Os outros instrutores são: Arnaud Sperat-Czar, jornalista e autor de livros como “Fromages du monde”, junto com Roland Barthélemy, e o 'Guia Hachette des Fromages'. É fundador da “Profession Fromager” e presidente da Fundação pela Biodiversidade Queijeira (França); e a também jornalista Débora Pereira, redatora-chefe da revista Profissão Queijeira, diretora-geral da SerTãoBras e professora da Escola Federal Francesa de Comerciantes de Queijo em Paris (Cifca) e da Escola Mons Formation.

No primeiro dia, os participantes do curso aprenderam variedades possíveis de queijo, com pequenas modificações na ficha de fabricação e os princípios básicos de cura da receita: ambientes de maturação, cuidados de cura, suportes de cura, protocolos de cura, auxiliares de cura para diferenciação dos queijos. À tarde, houve aula prática.

Nesta sexta (22/04), eles aprenderam protocolos de fabricação e cura para variação do queijo Minas artesanal e os defeitos de cura e de fabricação, com Arnaud Sperat-Czar e Hervé Mons.

A engenheira de alimentos Larissa Kalks é uma das participantes. “Atuo como consultora de alimentos na região da Canastra e sou apaixonada pela história e tradição do queijo Minas artesanal. O curso está sendo uma experiência incrível. Muito aprendizado, troca de conhecimento, além de ser o equilíbrio perfeito as culturas do Brasil e da França. Só tenho a parabenizar a Fazenda Sinhana e a Sertão Brás pela iniciativa”, disse.