Queda na arrecadação municipal preocupa legislativo

O orçamento previsto de R$ 800 milhões para 2024 deverá ser pouco mais da metade do previsto

Queda na arrecadação municipal preocupa legislativo
Conforme as informações da Diretoria de Contabilidade da Prefeitura na Comissão de Fiscalização da Câmara, a redução pode chegar a 13% (Divulgação)

A queda no orçamento municipal neste e no próximo orçamento municipal de Passos preocupa os vereadores passenses. Na sessão desta semana da Câmara de Passos, repercutiram as informações reveladas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Câmara pelo diretor de Contabilidade da Prefeitura, Wenderson Garcia Coimbra. A previsão da Lei de Diretrizes Orçamentárias é de que o orçamento municipal caia dos atuais R$ 537 milhões para R$ 468 milhões em 2024.

 

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Trataram desse tema, no Grande Expediente da sessão da Casa, os vereadores Edmilson Amparado, Michael Silveira e Maurício Silva. O primeiro lembrou que, pelas previsões, a queda representará algo em torno de R$ 70 milhões a menos nos cofres públicos, uma queda de 13% em relação ao deste ano.

 

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Para o vereador Edmilson Amparado, se o cinto já está apertado para todos os setores, vai ficar 13% mais curto no próximo ano. “O novo secretário de planejamento Deber Luvizoto já vai assumir com esse desafio. O prefeito não vai poder jogar dinheiro para cima e nem brincar de Silvio Santos. Teremos setores do município que vão passar dificuldades. O projeto do orçamento deverá chegar na Casa na próxima semana e já estamos esperando um cobertor curto na época de frio: esperava-se um orçamento de R$ 800 milhões e, pelo que está previsto, ele vai cair pela metade”, afirmou.

 

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Seu colega Michael Silveira lembrou, também, que o valor das emendas impositivas dos vereadores, calculadas em 1,2% do valor do orçamento, sofrerão o corte e representarão recursos menores para as entidades de assistência que são amparadas com essas emendas. Se confirmada a queda, elas também sofrerão redução de mais de 10%.

 

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O líder do prefeito na Casa, Maurício Silva, ao confirmar a previsão de queda na arrecadação, afirmou que ela é generalizada em todo o  país como consequência da diminuição de transferências do ICMS, reduzidas pelo Governo federal. Mas manifestou seu otimismo na reversão da arrecadação para os próximos anos. Ele estimou em mais de R$ 1,2 bilhão a receita municipal a partir do funcionamento da fábrica da Heineken – o que vai acontecer somente depois de 2025.

 

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Em todos os estados brasileiros as leis de diretrizes já apontam, como aconteceu em Passos, redução na arrecadação e, em alguns casos, aumento de até 20% nas despesas. Em Passos, como alertaram alguns vereadores, há que se colocar na conta alguns gastos novos, como o piso da enfermagem, os custos da nova Secretaria de Segurança (incluindo aí a Guarda Municipal) e outros.

 

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Mas o que preocupa tanto os vereadores quanto os administradores é que 2024 é um ano eleitoral, quando os investimentos são maiores visando uma eleição municipal em outubro. E se a coisa não está boa agora, com o dinheiro em caixa, imagina como será sem a grana para pagar a conta!