Queda de rocha em Capitólio que matou dez pessoas foi 'evento natural'

Segundo a corporação, não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha

Queda de rocha em Capitólio que matou dez pessoas foi 'evento natural'
Perito criminal de Passos,  Rogério Shibata, delegado regional de Passos, Marcos Pimenta, e perito criminal Otávio Guerra (Divulgação)

A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (4) que não identificou responsáveis ou culpados pelo desabamento de uma rocha no Lago de Furnas, em Capitólio, no Sul de Minas Gerais, que deixou dez pessoas mortas no dia 8 de janeiro. Todas as vítimas estavam em uma única embarcação.

Segundo a corporação, não foi verificada nenhuma ação humana específica que tenha provocado a queda da rocha. A polícia concluiu que a ocorrência foi um "evento natural".

"Nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa, se houvesse indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado", afirmou o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta.

A corporação não indiciou ninguém, mas elaborou dez sugestões que serão encaminhadas aos órgãos e às instituições responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da região para a melhoria da segurança em Capitólio.

Entre elas, o mapeamento de todas as zonas de risco, a redução do número de embarcações permitidas nos cânions, o uso obrigatório de coletes salva-vidas em toda a represa e a proibição de passeios turísticos após advertências da Defesa Civil.

 

IRREGULARIDADES

Segundo o delegado Marcos Pimenta, uma empresa que atua no local solicitou ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) autorização para a perfuração de um poço de 80 metros de profundidade, para verificar a disponibilidade de água.

No entanto, a perfuração foi feita por outra empresa, com um CNPJ diferente, e com profundidade de 288 metros. "Quando não se encontra água no poço, tem que fechar e comunicar ao Igam no prazo legal de 30 dias, e não houve por parte das empresas, por nenhum CNPJ, essa comunicação", disse o delegado.

Além disso, um decreto municipal de Capitólio previa a existência de um píer para a fiscalização das embarcações. De acordo com o policial, esse píer chegou a existir, mas "desapareceu há alguns meses e não foi reposto".

A polícia também identificou que apenas crianças e idosos utilizavam coletes salva-vidas. No entanto, segundo a corporação, nenhuma dessas irregularidades contribuiu para a queda da rocha.