Qual é o melhor gin entre R$ 35 e R$ 130?

Júri especializado realizou o teste às cegas e apontou três marcas para o pódio

Qual é o melhor gin entre R$ 35 e R$ 130?
Paladar testou onze marcas da bebida vendidas nas redes de supermercado (Reprodução/Estadão)

O gin conquistou o pódio de uma das bebidas favoritas no preparo de drinques aqui no Brasil. Gin Tônica, Fitzgerald, Negroni, Dry Martini... São muitos os coquetéis preparados com a bebida que conquistou o mundo impulsionada pela fama conquistada no Reino Unido. Algumas das marcas tradicionais disponíveis no mercado têm mais de 200 anos de história para contar. Em território nacional, encontram-se representantes de peso, produzidas com cuidado, bem equilibradas na escolha dos botânicos que fazem parte da formulação do destilado.

 

As sementes de zimbro, fruto redondo e azulado, rico em óleos, imprimem identidade à bebida. São elas que conferem o aroma e o sabor característico do gin. Sem ela, não há gin. Já a escolha dos demais botânicos que entram na composição do gin varia bastante. “Cada gin tem sua composição própria de botânicos”, explica Alex Sepulchro, bar mananger do SubAstor. “Tem gin com 10, 12 botânicos e tem outros com apenas 3 botânicos, cada marca cria a sua receita”.

 

E o que afinal faz um bom gin? Segundo o empresário Ricardo Miyazaki, do The Punch Bar, o que faz a bebida ser agradável ao paladar, ao olfato e, consequentemente, ser classificada como uma bebida de qualidade é o equilíbrio entre o aroma e o sabor.

 

O caderno “Paladar”, do “Estadão”, testou onze marcas da bebida vendidas nas redes de supermercado e um júri especializado realizou o teste às cegas. Foram degustadas onze marcas de gin, que contemplaram rótulos importados e nacionais limitados à faixa de preço entre R$ 35 e R$ 130. Uma amostragem do sortimento que existe hoje nas prateleiras das redes de supermercado. A degustação foi realizada às cegas, numa tarde de terça-feira no bar G&T, no bairro dos Jardins, especializado em coquetéis feitos com gin.

 

Os jurados provaram uma amostra de cada vez, sempre intercaladas com água mineral para limpar o paladar. Eles avaliariam características como visual, aroma, paladar e visão geral da bebida, o que inclui a harmonia da composição e as especificidades de cada gin. Abaixo o grande vencedor do Selo Paladar e a lista comentada de todas as marcas avaliadas em ordem alfabética.

 

QUAIS AS MELHORES MARCAS DE GIN?

1º lugar: Bombay

2º lugar: Minna Marie

3º lugar: Arapuru

 

AS ONZE MARCAS NA AVALIAÇÃO DOS JURADOS, EM ORDEM ALFABÉTICA:

Arapuru - O gin que arrematou o terceiro lugar no ranking de Paladar destaca no rótulo a presença de botânicos como coentro, angélica, mexerica, limão-cravo, caju, imbiriba, puxuri, pacová, louro, aroeira e hibisco. Uma bebida, segundo os jurados, de bom aroma e bom paladar. E que também apresentou equilíbrio na presença dos botânicos (R$ 119,00, a garrafa com 750 ml)

 

Apogee - Mais uma representante da produção nacional, a bebida apresentou pujância no álcool e dulçor artificial. Um gin com pouco equilíbrio na presença dos botânicos (R$ 34,97, a garrafa com 1 litro)

 

At Five - A bebida aponta no rótulo a presença de botânicos como romã, castanha-do-pará, cardamomo, lavanda, raiz de angélica, semente de coentro, laranja-baía, pimenta preta, noz moscada, tomilho e limão-cravo, além do zimbro. Na lista de atributos deste gin produzido no Brasil, os jurados destacaram um sabor doce com sutil picância e notas florais. Uma bebida forte e com botânicos bem equilibrados (R$ 119,98, a garrafa com 750 ml)

 

Beefeter London - O gin da tradicional marca inglesa, produzido desde 1820, apresentou aroma intenso, paladar equilibrado nos botânicos com presença de laranja no nariz e na boca. Uma boa pedida para o preparo de drinques como o gin tônica (R$ 99,98, a garrafa com 750 ml)

 

Bombay - O grande vencedor do Selo Paladar é o gin inglês da garrafa azul. Os jurados classificaram o sabor da bebida como equilibrado e versátil, com leve toque cítrico, perfeito para drinques clássicos como Negroni e Dry Martini. Uma bebida redonda, de aroma suave e agradável (R$ 99,97, a garrafa com 750 ml)

 

Ivy - Um gin produzido em território nacional de sabor adocicado, levemente amanteigado e final limpo. Os jurados destacaram sensações olfativas florais, com notas de rosa. Uma bebida arredondada e suave com relação a presença de botânicos (R$ 109,90, a garrafa com 750 ml)

 

Minna Marie - O gin que levou o segundo lugar no nosso teste é produzido no Brasil e apresentou aroma delicado, com notas florais e cítricas. Presença marcante de botânicos como o capim-limão. O sabor, de final levemente adocicado, surpreendeu positivamente os jurados (R$ 89,98, a garrafa com 750 ml)

 

Seagers - A bebida brasileira foi bem avaliada. Os jurados classificaram o sabor como levemente terroso, com presença evidente dos botânicos. Na boca, apresentou final salgado e doce, com notas de amora (R$ 47,50, a garrafa com 1 litro)

 

South Bank - A bebida produzida no Reino Unido destaca na lista de botânicos, além do zimbro, a presença de coentro e angélica. Os jurados identificaram no teste às cegas, aroma levemente herbal, um toque frutado e salgado com pouca persistência na boca. Aroma intenso, porém sem profundidade. Um certo amargor no final desagradou (R$ 59,98, a garrafa com 700 ml)

 

Tanqueray - A marca inglesa que começou a ser produzida em 1830, apresentou sabor arredondado, com leve amargor, uma certa picância e botânicos em harmonia. Uma bebida visualmente límpida e de aroma suave (R$ 129,98, a garrafa com 750 ml)

 

Vitoria Regia - O gin orgânico produzido no Brasil destaca a presença de cardamomo, coentro, pimenta-da-Jamaica e casca de limão desidratada na lista de botânicos apresentada no rótulo. Os jurados classificaram a bebida como leve, bastante aromática, com presença marcante de cardamomo, e de sabor agradável (R$ 89,90, a garrafa com 750 ml)

 

A partir da esquerda, o time de jurados: Ricardo Miyazaki, do The Punch; Alex Sepulchro, do Sub Astor, Valmir Silva, do G&T, o colunista do Estadão, Gilberto Amêndola e Alison Oliveira, do Caledônia (Alex Silva/Estadão)