Proposta para a área do Starling Soares une educação, lazer, esporte e cultura

Prefeitura de Passos considera o projeto caro e anuncia que vai gastar R$ 290 mil para contratar outro

Proposta para a área do Starling Soares une educação, lazer, esporte e cultura
Projeto de 2010 resolveria uma das maiores carências da cidade na área e dar uma destinação nobre para o complexo compreendido pelo Estádio Starling Soares (Reprodução)

A ideia de juntar educação, lazer, esporte e cultura teria, em Passos, seu exemplo mais expressivo e revolucionário para a cidade: o Centro Educacional de Passos. O projeto foi concebido pela administração municipal em 2010, contratado do Gustavo Penna Arquiteto & Associados – um dos mais conceituados  do Brasil. O projeto executivo foi elaborado pela Faculdade de Engenharia da antiga Fundação de Ensino Superior de Passos e todo o custo do projeto lançado num Plano Decenal de Educação, aprovado pela Câmara Municipal. Mas tudo ficou apenas no papel.

Esse novo equipamento da cidade chegaria para resolver essa fundamental dimensão da cidadania, conciliando, com harmonia, a coexistência de atividades variadas e distintas. Além de resolver, de forma definitiva, uma das maiores carências da cidade na área e dar uma destinação nobre para o complexo compreendido pelo Estádio Starling Soares, o Ginásio Barú de Pádua e a Praça de Esportes – equipamentos que estão praticamente abandonados desde o início deste século

E isso foi planejado através de uma proposta extremamente vigorosa e concisa, ele organiza os espaços no terreno em dois níveis fundamentais:

No primeiro nível, com acesso pela praça Francisco Sales, estariam abrigados um auditório/teatro e o campo de futebol

 

" O projeto dividiu o complexo em dois níveis principais. O primeiro, com acesso pela praça Francisco Sales, abrigará um auditório/teatro com 500 lugares e campo de futebol que poderá receber 10 mil pessoas nas arquibancadas e ser usado também para sediar grandes eventos e shows. “O auditório/teatro se integra ao campo de maneira contínua e natural, compartilhando a utilização dos camarins e das áreas de apoio, localizados estrategicamente. Os acessos de serviço e de carga e descarga também são comuns às duas atividades”, conta o arquiteto.

No segundo nível, ligado à avenida Juscelino Kubitschek, o antigo ginásio poliesportivo Barú de Pádua será revitalizado e terá sua capacidade aumentada para 650 pessoas, agregando‑se a pista de skate e de atletismo e playground.

No segundo nível, na avenida Juscelino Kubitschek, o ginásio Barú de Pádua ficaria agregado na pista de skate, atletismo e playground

 

Mediando esses dois blocos, o prédio central multiuso acolhe as funções administrativas, educacionais, refeitórios, café, lazer e serviços. Com uma grande varanda interligada de 10m de altura, esse espaço será constituído de materiais naturais e definitivos, humanizando a sua presença no conjunto.

De lá se descortina a grande área do campo de futebol que, hoje, potencializado em sua utilização, como é a tendência de todos os estádios de futebol, terá a sua função ampliada para receber shows e grandes eventos.

O auditório/teatro se integra ao campo de eventos de maneira contínua e natural, compartilhando a utilização dos camarins e das áreas de apoio, localizados estrategicamente. Os acessos de serviços e carga e descarga também são comuns às duas atividades.

“Uma forma única, que liga tudo, transmite a ideia da coesão que impede a compartimentação, o isolamento, revelando a sinergia e a afinidade das atividades que ali irão se desenvolver”, explicou o autor do projeto.

 

ARQUITETURA

O projeto, que chegou a ser publicado por revistas especializadas como um modelo exemplar,  foi elaborado pelos arquitetos Gustavo Penna, Laura Penna, Norberto Bambozzi, Alice Flores, Andressa Duarte, Carolina Castro, Catarina Hermanny, Daniel Gomes, Eduardo Magalhães, Fernanda Tolentino, Fernando Artigas, Gabriel de Souza, Henrique Neves, Isadora Dawson, Ivam Rimsa, Jordana Faria, Letícia Lanza, Michelle Moura, Naiara Costa, Oded Stahl, Patrícia Gonçalvez, Paula Sallum e Raquel de Resende. A gestão e planejamente de Risia Botrel, Isabela Tolentino e Taimara Araújo. Concluído em 2012, o projeto prevê uma área construída de  11.640m²

 

CANCELADO

Mas o projeto deverá mesmo ficar só no papel. A atual administração municipal de Passos chegou a anunciar a contratação de um novo projeto, no valor de R$ 290 mil, que apresentaria uma reforma mais modesta de todo o complexo sonhado pelos administradores públicos em 2010.