Projeto de pesquisa prevê atividades físicas no Parque Emílio Piantino

Abandonado há mais de 10 anos, parque Emílio Piantino tem novas propostas para a sua revitalização

Projeto de pesquisa prevê atividades físicas no Parque Emílio Piantino
Últimas melhorias feitas por parque ocorreram há 10 anos, pelas iniciativas da então Fundação de Ensino Superior de Passos, com parceria do Ministério Público e empresários passenses (Divulgação)

Um projeto de mestrado realizado na Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, avaliará os níveis de atividade física, qualidade de vida e percepção do ambiente do entorno das pessoas que vivem próximas do Parque Municipal Emílio Piantino. Após essa etapa de investigação, o objetivo é elaborar uma proposta de intervenção com atividade física no parque.

A pesquisa é conduzida pelo mestrando Jean Lucas Rosa, que é profissional de Educação Física, e orientada pelos professores Rita de Cássia Ribeiro Carvalho (Uemg) e Rogério César Fermino (Utfpr).

Para construção do panorama dos indivíduos que vivem no entorno do parque, no bairro Jardim Eldorado, será realizada uma pesquisa de campo. Primeiramente serão sorteadas residências, de maneira aleatória e geograficamente distribuídas. Após, será realizada uma visita presencial a essas casas, para apresentação do projeto e sorteio de um adulto para participação na pesquisa. A entrevista dos participantes acontecerá por meio de ligação telefônica, através do contato coletado na primeira visita.

“Atualmente, o Parque Municipal Emílio Piantino encontra-se em situação inicial de revitalização, com propostas apresentadas e sendo estudadas aplicações pelos órgãos da prefeitura municipal, estando fechado à visitação pública e sem nenhum tipo de infraestrutura, equipamentos ou demarcações. Entretanto, já está em andamento uma proposta para gestão e revitalização do parque, incluindo a construção de um espaço anexo à área preservada para realização de atividade física, eventos e diversos outros tipos de atividades. E isso é fruto do trabalho conjunto de vários órgãos, como o Mestrado Profissional em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Uemg e o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural”, explica Jean Lucas.

Para ele, é muito importante que a comunidade participe ativamente da pesquisa, tendo em vista que essa é uma das etapas do processo de recuperação do parque. Todas as medidas de higiene e proteção contra a covid-19 serão adotadas e a pesquisa será conduzida conforme procedimentos éticos.

“Espera-se que, em um futuro breve, o parque esteja em funcionamento, com muitas atrações naturais e também construídas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da vizinhança e de toda a população de Passos e região”, diz o mestrando.

 

 

Maquete mostra como ficaria o entorno do parque Emílio Piantino após a construção da calçada e do cercamento (Divulgação)

 

MAIS DE DEZ ANOS DE ABANDONO

 

A última – e única – iniciativa feita na cidade de Passos em torno do Parque Emílio Piantino ocorreu há 10 anos. Em fevereiro de 2012 eram iniciadas as obras de construção da cerca e calçamento de 800 metros lineares do entorno do Parque no trecho que se estende da Rua Pecuária até o final da Rua New York no portão de acesso do Centro Integrado de Recreação e Esporte (Cire/Fesp), bairro Eldorado. A primeira etapa da obra estava orçada em aproximadamente R$ 200 mil na época e a expectativa era de que a obra seria concluída até o meio daquele ano. Na primeira fase do projeto foi construída uma calçada de 3,5 metros de largura para comportar uma pista para caminhada e uma ciclovia devidamente sinalizada. Outro diferencial da obra é que a tela galvanizada com lances a cada quatro metros intercalados por uma coluna de concreto de 70 cm de diâmetro construído sobre muro de 90 cm de altura nos 800 metros lineares.

A obra fazia parte do projeto da “Fesp Educar e Construir”, coordenado pelo professor Ivan Francklin, que também era o coordenador do curso de Engenharia Civil, da Fundação de Ensino Superior de Passos – Fesp (que deu origem à unidade da Uemg de Passos). A mão de obra de construção civil contava, ainda, com a colaboração dos detentos da Apac, como uma forma de reintegração social e formação profissional.  Dois anos antes, a Fesp entrou em contato com a Prefeitura de Passos e apresentou um projeto de revitalização do local. Foram feitos vários estudos e deliberações entre integrantes do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural da cidade, Secretaria de Planejamento, Secretaria de Obras, Habitação e Serviços Urbanos, além da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e em 2011 foi firmado um convênio que repassou a responsabilidade pela administração do parque até o ano de 2030 para a Fesp. A área, inicialmente calculada em 12 mil m² deveria ganhar um acréscimo após a assinatura do termo de compromisso entregue no ano passado no gabinete do prefeito de Passos, José Hernani Silveira, onde José Gonçalves Farah e Dahas Gonçalves Farah, proprietários das terras daquela região, autorizaram a doação para o município de uma área no entorno do parque que aumentaria a extensão da reserva para 48 mil m² - o que acabou acontecendo agora, com a aprovação do loteamento Jardim dos Lagos.

No projeto inicial as obras no entorno do parque eram apenas o começo. O projeto de revitalização tem outras etapas como, por exemplo, a construção de trilhas ecológicas, laboratório de botânica, herbário, laboratório de solo e geologia, sanitários e ainda salas para educação ambiental que poderiam ser utilizadas por escolas de Passos e região.

Entusiasmado com o projeto, o então presidente do Conselho Curador da Fesp e Subsecretário de Ensino Superior de Minas Gerais, professor Fabio Pimenta Esper Kallas previa um futuro promissor para o parque: “O Parque Emílio Piantino não pertence à prefeitura ou a Fesp, mas sim ao povo de Passos. É um bem da comunidade e por isso mesmo queremos que o empresariado e as famílias de Passos participem deste projeto adotando e abraçando o parque juntamente com a Fesp”, explicou. Fabio Kallas também ressaltava a importância das parcerias para concretizar este sonho, explicando que para a execução desta primeira parte da revitalização do parque, várias empresas e famílias tradicionais da cidade  patrocinavam o cercamento e benfeitorias recebendo em troca uma placa onde deixarão seus nomes gravados na história como empresas e pessoas preocupadas com o meio ambiente e a qualidade de vida. Aderindo à campanha feita pela Fesp intitulada “Abrace o Parque”, o jornal “Folha da Manhã” foi parceira na divulgação do projeto, e o Ministério Público de Minas Gerais, o Lions Clube Internacional e a Loja Maçônica Leodolpho Evangelista da Rocha de Passos apoiavam as ações, buscando mais parceiros nesta primeira etapa. A cada lance de 4 metros de calçamento, cerca e arborização o projeto tinha um patrocinador. Na época do lançamento do projeto, a Fesp tinha 20 parceiros.

O projeto, que teve um início promissor, faz parte das iniciativas que integram a lista do que Passos “já teve” em sua história.