Projeto cultural resume a vida artística de Gustavo José Lemos
Ele atuou como ator, autor, diretor, cenógrafo, figurinista, cantor, dançarino, desenhista, produtor, apresentador, colunista e professor

Na última terça-feira, o Instituto Motirõ de Passos lançou o quinto episódio do projeto “Raízes de Passos: preservando memórias e histórias”, uma iniciativa que tem como missão valorizar personalidades históricas do município e preservar sua memória cultural. Na edição, o homenageado é o artista Gustavo José Lemos Rezende Ferreira, o inesquecível Gugu, figura emblemática na cena artística e cultural da cidade.
Com episódios veiculados pelas redes sociais Instagram e TikTok, nos perfis @raizesdepassos e @institutomotiro, o projeto é idealizado por Betânia Marques e Márcio Carvalho. A cada nova edição, são apresentadas cinco curiosidades sobre personagens que marcaram a história local, e as narrações são alternadas entre ambos, que destacam não apenas os feitos dos homenageados, mas também o impacto de suas trajetórias na construção da identidade cultural de Passos.
Gustavo Lemos nasceu em 12 de abril de 1949 e era conhecido por sua versatilidade e paixão pela arte. Ao longo da vida, atuou como ator, autor, diretor, cenógrafo, figurinista, cantor, dançarino, desenhista, produtor, apresentador e professor de teatro. Foi colunista do jornal Folha da Manhã e presença constante em eventos culturais, desfiles e produções teatrais da cidade. Entre seus trabalhos mais marcantes estão os espetáculos “Viva Hollywood I e II”, “Domingo de Ramos” e “A Conquista do Chapadão”, este último encenado no estádio municipal Starling Soares. Em 1999, lançou o livro Nos Passos da Saudade, reunindo 48 crônicas que revelam seu olhar sensível e bem-humorado sobre a vida.
Com bordões inesquecíveis como “não é bolinho não, meu bem, não é bolinho” e “coisa custosa”, Gugu conquistou o coração dos passenses e deixou sua marca na memória afetiva da cidade. Tinha um amor declarado pelo teatro, chegando a afirmar que desejava “morar em um palco”, espaço que considerava sagrado.
Além de sua atuação em Passos, Gustavo trabalhou como cenógrafo no Centro de Arte Banespa, em São Paulo, e dirigiu a representação brasileira na cerimônia de beatificação de Madre Carmem Sallés, no Vaticano, em 1998. Também ministrou aulas de teatro nas usinas hidrelétricas de Furnas e Mascarenhas de Moraes. Faleceu em 13 de maio de 2011, deixando um legado artístico e cultural inestimável.
“O projeto Raízes de Passos reafirma, com a homenagem, seu compromisso com o fortalecimento do senso de pertencimento da população e a proposta também tem caráter educativo. A cada nova edição, se consolida como uma ferramenta essencial na valorização da memória coletiva municipal, resgatando histórias de personalidades que contribuíram para a construção de uma identidade cultural rica, diversa e profundamente enraizada no coração da cidade”, afirmam os idealizadores.