Prefeitura vai investigar empresa passense que desistiu da Expoagro
Empresa já teria sido notificada a apresentar sua defesa na apuração do caso

A Prefeitura de Franca apura “possíveis irregularidades” cometidas pela MHS Produções e Eventos, de Passos (MG), durante o processo licitatório para a realização da Expoagro 2025. A empresa, que ficou em primeiro lugar no certame, após oferecer R$ 400 mil para organizar a festa, desistiu de fazê-la, alegando dificuldades na contratação de artistas.
O Departamento de Conformidade, responsável pela fiscalização da licitação, notificou a empresa para que apresente defesa prévia no prazo de 15 dias úteis, a contar do dia seguinte à publicação. A citação foi publicada na edição desta quarta-feira, 19, do Diário Oficial do Município.
Em nota, a administração municipal inforou que a notificação ocorreu em razão de possíveis irregularidades cometidas pela empresa durante o processo licitatório para a realização da Expoagro de 2025. Sem citar quais pontos estão sendo investigados, o Departamento de Conformidade limitou-se a dizer que demais informações serão divulgadas após a conclusão do processo de apuração.
SEM 'JEITINHO'
Quando anunciou que não haveria shows na Expoagro 2025, em vídeo publicado em 11 de março, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) insinuou que houve empresas que tentaram usar manobras irregulares na licitação para garantir a concessão do evento. “Aquele jeitinho que eles acharam que encontrariam aqui na Prefeitura: ‘eles estão pressionados, vamos dar um jeitinho que o prefeito vai aceitar’. Não é assim que funciona”. Na ocasião, o emedebista não especificou qual empresa e qual problema foi detectado durante o certame.
Ainda no vídeo, Alexandre antecipou a existência de estudos para a edição do próximo ano e disparou: “Já iniciamos estudos, inclusive, buscando para o futuro, em 2026, uma nova metodologia que nos proteja desse tipo de gente que não queremos mais perto da nossa cidade”.
“A participação de gente séria e responsável que respeite a nossa Franca e a nossa população, isso é o que a gente quer. Picaretagem aqui nós não vamos aceitar”, completou.
HISTÓRICO DA LICITAÇÃO
Inicialmente, cinco empresas concorreram à organização da festa. A MHS desistiu alegando dificuldades na contratação de artistas. Em seguida, a JGN Ltda., de Várzea Paulista (SP), que apresentou uma oferta de R$ 372 mil, também recusou o contrato por falta de tempo hábil para estruturar o evento.
A terceira empresa, J. de O. Souza Eventos, de Barretos (SP), que propôs R$ 288 mil, foi desclassificada por não atender ao chamamento da Prefeitura. Já a quarta empresa, Cardoso Eventos e Estruturas, de Uberaba (MG), ofereceu R$ 279.903,81, mas condicionou a realização da festa à mudança da data para setembro, o que não foi aceito pela comissão organizadora.
Com isso, a única empresa remanescente era a BF Shows - Sports & Entertainment Ltda., com lance mínimo de R$ 279.903,81. No entanto, como a empresa não respondeu ao chamado da Prefeitura dentro do prazo, foi desclassificada, levando o processo à anulação