Prefeitura de Passos vai gastar R$ 38 mil para ter VAR em torneios amadores

Secretário de Esportes confirma que no ano passado uma empresa de Passos já recebeu para prestar o serviço, mas poucos tinham conhecimento

Prefeitura de Passos vai gastar  R$ 38 mil para ter VAR em torneios amadores
Desportistas criticam o gasto e divulgam imagens de situação precária de estádios, como esse banheiro que não tem como ser usado no Campo do Oriente (Reprodução)

Pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura de Passos, através da Secretaria de Esportes, anunciou a contratação na modalidade de dispensa eletrônica, de uma empresa especializada na prestação de serviços para análise de imagens de vídeo, auxiliando o árbitro principal de uma disputa de futebol, o Vídeo Assistent Referee (VAR). Em 2023, uma firma registrada no município foi a vencedora do pregão, mas acabou não sendo do conhecimento público. A empresa já foi denunciada ao Ministério Público por outras suspeitas de irregularidades – a mais recente delas diretamente ao Procurador Geral do Estado, Jarbas Soares Junior, sobre o envolvimento de um de seus representantes nos processos de credenciamento de empresas do setor junto à administração municipal. A acusação foi feita pelo ex-secretário de Planejamento da Prefeitura.

Neste ano, em edital publicado na semana que passou, o custo da contratação dos serviços está previsto em R$ 38 mil.

O secretário municipal de Esporte, Lazer e Juventude, Vicente de Paula Campeiz, disse que a iniciativa é “corrigir supostos erros de arbitragem” como acontece nos principais campeonatos pelo país, e até mesmo atendendo pedidos de jogadores e dirigentes esportivos. A utilização do sistema eletrônico de vídeo em Passos está prevista para a segunda quinzena de agosto em quatro semifinais e finais dos campeonatos municipais de futebol na categoria Varzeano e Principal, cujos jogos serão realizados no estádio Starling Soares, além do Municipal e Copa Passense de futsal, no ginásio da Barrinha. Serão 12 decisões, seis em cada modalidade esportiva.

Campeiz disse não ter todos os detalhes sobre os equipamentos que a empresa vencedora do pregão, especializada para a prestação dos serviços de captação, edição e transmissão ao vivo via internet, vai apresentar. Contou que sabe que existe uma central de vídeo formada por vários monitores, uma equipe de três pessoas que trabalha em conjunto para revisar as decisões tomadas pelo árbitro principal, e quatro operadores de replays.

Não se tem notícia da utilização desse serviço realizado no ano passado e pago pela Prefeitura. E a nova contratação surpreendeu os meios esportivos da cidade. Neste sábado, nas redes sociais, um internauta postou uma foto das dependências do Campo do Oriente: “Olha situação do banheiro do campo do Oriente reformado há pouco. Laje com vazamento de água tudo ferrado. Dinheiro público mau usado. Tá em tempo de cair pois laje e paredes tudo molhado e minando água!”

No Brasil, o VAR custa à CBF em torno de R$ 50 mil por jogo, fica em uma cabine fechada com imagens e comunicação direta com o árbitro em campo. No Rio de Janeiro há 10 salas de VAR no mesmo ambiente, com conexão direta a todos os estádios das séries A e B do Brasileirão.