PM de Passos apreende mais de 30 motocicletas em situação irregular
Polícia Militar diz que as ações continuam com o objetivo de prevenção e garantia da ordem pública
A exemplo do que aconteceu em várias regiões de Minas Gerais, também em Passos a Polícia Militar, através do 12º Batalhão, realizou diversas ações e operações na madrugada desta terça-feira com o objetivo prevenir os crimes violentos, furtos e roubos e aumentar a sensação de segurança.
O foco foi a fiscalização de motocicletas que comumente são utilizadas para a prática de crimes violentos. No mesmo sentido, foram realizadas diversas remoções de motocicletas em condições irregulares e utilizadas na realização de manobras perigosas, que colocam em risco a segurança de pedestre e do trânsito local.
As ações policiais visaram, também, prevenir e coibir perturbações do sossego, desordens, tendo em vista a utilização das motocicletas para a prática do “Rolezinho do grau” (trafegar fazendo muito barulho com excesso de velocidade).
Durante as ações, são verificados crimes e contravenções relacionados à perturbação do sossego e direção perigosa, com manobras que os motociclistas fazem em via pública, que são proibidas, mas, durante as abordagens, outras irregularidades são constatadas, bem como veículos furtados ou roubados são recuperados.
Segundo a Polícia Militar, as ações continuam com o objetivo de prevenção e garantia da ordem pública.
12 MIL LIGAÇÕES NA GRANDE BH
A Polícia Militar de Minas Gerais recebeu entre 0h e 6h30 do dia 25 de dezembro cerca de 12 mil ligações apenas nas cidades da região metropolitana de Belo Horizonte. Geralmente, esse volume é registrado no período de 24 horas.
“No geral, em 24 horas, eu tenho esse número de ligações. E (no dia 25) eu tive em seis horas. Muito provavelmente (esse pico) é por conta dos rolezinhos, porque foi a única alteração que tivemos do dia 24 para o dia 25. Essas ligações geraram cerca 2.000 chamadas para os crimes de perturbação de sossego e direção perigosa”, disse a porta-voz da PM, Major Layla Brunnela.
A militar explicou como funciona o fluxo de ligações recebidas pela corporação. “Se a pessoa liga para o 190 e fala que foi agredida pelo companheiro, por exemplo, isso é uma ligação. Quando a viatura vai até o local, gera uma chamada. Se chegou lá e constatou a agressão, vira a ocorrência. Se chegar e ver que não houve crime ou contravenção penal, o caso fica na chamada, não gera ocorrência, apenas um registro simplificado para amparar o deslocamento da viatura. Se por acaso o vizinho liga e fala que presenciou a briga, não gera nova chamada, é o que chamamos de rechamada, quando duas ou mais ligações comunicam sobre o mesmo fato. Esse é um controle para a gente saber que tivemos mais ligações sobre aquele caso”, detalhou.
Sendo assim, a Polícia Militar chegou nos dados de que 12 mil ligações em pouco mais de 6 horas geraram 2.000 chamadas apenas relacionadas aos crimes de direção perigosa e perturbação de sossego. O número de ocorrências geradas, entretanto, ainda não foi divulgado, já que a contabilização é feita pelos batalhões.
MOVIMENTO NO NATAL É "NOVIDADE", DIZ PORTA-VOZ
Os diversos “rolezinhos do grau” em Belo Horizonte e cidades do interior do Estado surpreenderam até mesmo a PM. A porta-voz do órgão, major Layla Brunnela, descreveu o evento como “fenômeno diferente”, mas garantiu que haverá reforço no policiamento de prevenção e combate ao crime para a virada do Ano Novo.
“Nós realmente tivemos um volume grande de chamadas referentes a essa prática. É um fenômeno diferente, novo na noite de Natal. Os rolezinhos acontecem de uma forma combinada. É uma postura por parte dessas pessoas”, conta a major Layla Brunnela, fazendo referência ao uso de grupos de Whatsapp e outras redes sociais para a marcação dos encontros dos participantes do “grau” (manobra que consiste em empinar a moto).
Mesmo sendo pega de surpresa, a militar considera que a PM conseguiu responder bem à confusão. Agora, os materiais apreendidos e as informações online vão servir de base para a próxima operação de Ano Novo.
“Tivemos uma resposta imediata das guarnições em todos os bairros onde houve chamado. Foram várias apreensões de motocicletas. Essa experiência vai subsidiar ações preventivas para as próximas datas comemorativas para que isso não se torne uma prática nem no Estado, nem aqui na região metropolitana de BH”, afirma.
COMO VAI FUNCIONAR O REFORÇO DO POLICIAMENTO PARA O ANO NOVO?
De acordo com a major Layla Brunnela, o reforço do policiamento direcionado aos “rolezinhos do grau” já começa nesta semana até a virada de ano. Como a cidade está mais vazia por ser um período em que muitos moradores viajam, as ruas e avenidas sem trânsito se tornam atração para os infratores. “Nós já temos a previsão de uma operação específica para o combate ao rolezinho. Estamos em contato com o diretor de operações para o planejamento ideal. Os levantamentos que estão sendo feitos e a estatística do Natal vão subsidiar inclusive o serviço de inteligência da PM”, afirma.
A major explica que o serviço de inteligência está analisando imagens de câmeras de segurança e das redes sociais, além de denúncias, para responsabilização dos infratores e melhora das futuras operações. “Algumas imagens e informações estão sendo levantadas e denunciadas via Disque 181. Elas também serão utilizadas para direcionar essa próxima operação, que tem tanto caráter preventivo quanto repressivo na noite de Ano Novo”.
“ROLEZINHO DO GRAU” É CRIME?
De acordo com a porta-voz da PM, sim. Os infratores que são pegos praticando a manobra e participando do evento podem ser responsabilizados por perturbação ao sossego e direção perigosa. “Por causa das manobras que eles fazem que são proibidas em via pública. Esses são os principais delitos, mas podem ocorrer também ocorrência de moto roubada, furtada, documentação atrasada, por exemplo”, afirmou.
O QUE DIZ O CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB)
Artigo 244 - Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda” é infração gravíssima.
Penas: Multa de R$ 293,47, e/ou suspensão do direito de dirigir por 2 a 8 meses e, na reincidência em 12 meses, de 8 a 18 meses.