Para driblar a solidão, Alceu Valença lança novo álbum
Alceu Valença se inspira em isolamento da pandemia para compor novo álbum, ‘Saudade’
Alceu Valença se viu parado durante esses tempos de pandemia, preso no seu apartamento do Rio. Para driblar a solidão, pegou o violão, compôs e ainda fez releituras de canções antigas para montar um novo álbum, o Saudade, com 11 faixas. “Ele sintetiza esse ambiente que a gente está vivendo”, disse o artista, em conversa com a jornalista Paula Bonelli, da coluna de Sonia Racy no Estadão. A ansiedade bateu forte em Valença durante a pandemia. “Fiquei numa angústia imensa de estar confinado”. Nos últimos anos, conta que optou por viver a maior parte do tempo em Portugal. Lá, justifica, circula mais livremente, com menos pedidos de selfies como em São Paulo ou no Recife – onde também costuma passar temporadas.
Entretanto, o cantor se prepara para voltar a se apresentar ao vivo. Fará show no Espaço das Américas, em São Paulo, no dia 25 de setembro. Quem se dispuser a assistir ao vivo, deve ouvir outra música inédita, o samba Era Verão. Nesse, versa sobre a mudança do jovem Alceu nascido no Recife para o Rio, no começo da década de 1970. Onde tentou e conseguiu uma carreira solo. A ideia de participar de grupo musical nunca lhe atraiu, nem na época, nem hoje. “Sou livre para fazer o que quero, e faço o que está dentro da minha alma. Não adianta querer me prender”.
Filho de um político que desistiu da carreira e se tornou procurador do Estado de Pernambuco, Valença recebeu múltiplas influências musicais do Nordeste. O músico fez Direito, trabalhou como jornalista e cursou Harvard, depois de ser aceito na universidade por ter respondido a uma pergunta classificatória de um concurso em forma de poesia.
Durante a entrevista, ele ainda rimou versos incentivando a população a se vacinar contra a covid-19: “Sempre disse assim; qualquer vacina que vier eu tomo, pode ser de Oxford, dos Estados Unidos, pode ser da China ou da Cochinchina. Passou na Anvisa, eu tomo”.
Sobre o novo álbum, Saudade, ele confessa que ele reflete muito a pandemia: “E surgiu aqui dentro da minha casa. Aí, quando chegou a pandemia, comecei a tocar, porque não tem o que fazer dentro de casa. Ele sintetiza todo esse ambiente que a gente está vivendo, a minha tristeza de estar dentro de um apartamento confinado quase sempre, só saio pra andar”.
Ouça “Saudade” (que também está na playlist OUÇO, no youtube.com)