Pânico VI, a mesma divertida fórmula de terror no Roxy

Franquia tem a possibilidade de se reinventar a cada novo exemplar

Pânico VI, a mesma divertida fórmula de terror no Roxy
Escrito por James Vanderbilt e Guy Busick, o longa retoma as personagens do filme anterior (Divulgação)

Depois de lançar tendência, ser copiada, parodiada, referenciada, plagiada, se autoreferenciado, o que resta à série, ops, franquia Pânico? Ir para a metalinguagem pós-moderna, oras. Pânico VI, dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, é como um filme correndo atrás do próprio rabo. É ruim, então? Não exatamente, mas também não tem absolutamente nada de novo – é feito, claramente, por fãs e para fãs, mas resta saber até que ponto a fanbase vai comprar essa ideia. É mais do mesmo, mas mais do mesmo até divertido – embora as mais de 2h nunca se justifiquem. O filme está em cartaz no Cine Roxy, em Passos, e Cine A, em Paraíso.

No ano passado, foi lançado o quinto filme da franquia, que levou apenas o nome de Pânico, com a ideia de reinventar tudo. Foi a despedida de Neve Campbell – mas Courtney Cox (a única a estar em todos os filmes) continua firme e forte como a repórter Gale Weathers, que fez sua fama e dinheiro em cima dos assassinatos de Woodsboro.

Escrito por James Vanderbilt e Guy Busick, o longa retoma as personagens do filme anterior, as irmãs Sam (Melissa Barrera) e Tara Carpenter (Jenna Ortega) – o sobrenome não é por acaso –, e seus amigos, também irmãos, Chad (Mason Gooding) e Mindy Meeks-Martin (Jasmin Savoy Brown), todos agora morando em Nova York, onde os três últimos frequentam uma universidade fictícia.

Sem se recuperar do trauma do massacre acontecido em Woodsboro, em que ela e sua irmã foram figuras centrais, Samantha tenta levar uma vida normal, faz análise, trabalha em dois empregos. Mas não superou o trauma e tudo vai piorar quando Ghostface reaparece na vida delas, dessa vez, com uma máscara velha, com claras marcas do tempo. Mais de meio século de franquia e o peso dos anos começa a aparecer.

 Numa armação, um pertence de Sam é encontrado numa cena de crime e ela se torna a principal suspeita. Na internet, ela é tida como culpada pela matança de Woodsboro, sendo constantemente agredida na rua. Quem investiga o caso é o pai da colega com quem divide o apartamento, o detetive Bailey (Dermot Mulroney).

 A partir daí, Pânico VI segue a cartilha, ou, como os personagens preferem chamar, as regras da franquia. O que começou como um filme despretensioso, dirigido por Wes Craven, com roteiro do novato Kevin Williamson, em meados dos anos de 1990, tornou-se um fenômeno, e rendeu tanto dinheiro, quase morreu, mas foi ressuscitado em 2011, entrou na UTI e voltou à ativa no ano passado, sem sinais de sair de cena tão cedo.

 A mudança de cenário, da pequena cidade do interior para uma grande metrópole, é a tentativa também de trazer um novo fôlego aqui. A desculpa é que as personagens, além de estarem na faculdade, também se sentem mais seguras cercadas de mais gente – que ingenuidade. Ingênuo também é filmar em Montreal, colocar uma placa aqui e aqui, e fazer-se passar por Nova York.

 Um fator que ajuda no sucesso da franquia é que como o assassino(s), assassina(s) ou assassine(s) muda a todo filme. Pânico tem a possibilidade de se reinventar a cada novo exemplar – diferente, por exemplo, de um Sexta-Feira 13 ou Halloween, nos quais são sempre os mesmos assassinos perseguindo e matando. Mas a grande força aqui está em Mindy, a jovem hiperativa e aficionada por filmes de terror. Se as irmãs Carpenter são o lado sombrio, Jasmin Savoy Brown traz uma energia contagiante à sua personagem, a verdadeira força do filme – que, em algum momento, merecia o protagonismo. (Alysson Oliveira/Cineweb)

 

PÂNICO VI (Screen VI) EUA, 2023. Gênero: Comédia, Terror. Direção: Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett. Elenco: Courtney Cox, Jenna Ortega, Melissa Barrera. Cine Roxy, em Passos, 19h00. Cine A, em Paraíso, 19h30.

 

Veja o trailer: