Polícia apura desligamento de rede de oxigênio na UPA
Oxigênio da UPA de Passos voltou a ser desligado de forma criminosa
A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o desligamento da rede de oxigênio na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Passos, ocorrido no último sábado, 19. Nesta quarta-feira, 23, segundo informações da Polícia Militar, a unidade foi alvo de furto de documentos da direção. O delegado responsável pela apuração da Polícia Civil em Passos será Flávio Alexandre.
Os problemas na UPA têm gerado uma crise na Saúde do município e, segundo informações da Controladoria Geral do Município, o caso está sendo apurado por um processo administrativo e a Secretaria de Saúde prevê uma licitação para instalar câmeras de segurança na unidade.
No último sábado, de acordo com relato feito pelo diretor operacional da UPA, Douglas Antônio Ramos, a porta e a fechadura da garagem foram danificadas e a rede de oxigênio foi desligada. Segundo a PM, Ramos foi ate o Posto de Registro de Ocorrência Policial na segunda-feira, 22, para denunciar o problema.
Na quarta, depois que os documentos foram subtraídos, a PM foi acionada a comparecer na UPA pela enfermeira Adriana Torres. De acordo com a PM, não foram encontrados sinais de arrombamento na porta de entrada nem no móvel onde estava a documentação. Nos dois casos, a PM ressalta que não havia câmeras de monitoramento nos locais. A PM fez rastreamento nas imediações, mas não conseguiu localizar suspeitos.
Na última segunda-feira, o ex-diretor técnico da UPA Antônio Carlos da Silva usou a Tribuna Livre da Câmara para denunciar irregularidades que, segundo ele, teriam ocorrido dentro da unidade de saúde, como o desligamento na válvula de oxigênio, por duas vezes, levando pacientes a risco de morte. Silva participou de uma reunião com os vereadores, no dia seguinte, e confirmou as denúncias.
A Câmara não descarta a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)) para apurar as irregularidades denunciadas pelo ex-diretor técnico e o assunto deve ser discutido em reunião no dia 6 de dezembro. Silva, quando era diretor técnico da UPA, abriu uma sindicância contra o diretor clínico da unidade de saúde, Flávio Ferreira, por supostas irregularidades que estariam acontecendo lá dentro.
CÂMERAS DE SEGURANÇA
O secretário Municipal de Saúde, Thiago Agnelo Salum, informou que a principal providência a ser tomada sobre este assunto é que a UPA precisa, urgentemente, de um serviço de monitoramento por câmeras para dar segurança à população e aos funcionários públicos. “Este material já está sendo licitado para aquisição”, disse.
Para o diretor administrativo da UPA, Douglas Antônio Ramos, que já esteve neste cargo durante a pandemia e retornou na manhã desta quinta-feira, 24, a convite do prefeito Diego Oliveira (união Brasil) e do secretário de Saúde, para melhorar a segurança e evitar que ações como estas aconteçam, os dois vigias que ficam na portaria também façam rondas dentro da UPA e nos pátios.
“Ainda está sendo apurado quais são ou quem é a pessoa ou pessoas responsáveis. Esperamos sinceramente que não sejam funcionários, pois seria muito triste saber que um profissional da saúde possa fazer algo do tipo. Também estamos encaminhando um ofício para a Polícia Militar solicitando que faça rondas sistemáticas pela região da UPA”, disse Ramos.
AUDITORIA
Conforme o controlador geral do Município, Jeferson Rodrigues Faria, a Controladoria realizou auditoria em todas as denúncias apresentadas pelo Conselho Municipal de Saúde, entre elas as que foram relatadas pelo ex-diretor técnico, e providências estão sendo tomadas.
“Trata-se de uma quantidade enorme de documentos e foram constatadas diversas irregularidades (sanáveis) que eram praticadas costumeiramente em administrações anteriores e determinamos a instauração de processo administrativo. Neste processo todas as denúncias serão apuradas com os servidores e terão direitos as suas defesas. Também faremos a nomeação de uma comissão com três servidores para apurar e assim dar as devidas providências”, disse Faria.