“Órfã 2: A Origem” é uma trama surtada e perversamente divertida

Sem muitos sustos, o retorno de Esther ao cinema mais impressiona do que aterroriza

“Órfã 2: A Origem” é uma trama surtada e perversamente divertida
Isabelle Fuhrman em cena de Órfã 2: A Origem, em cartaz em Passos e Paraíso (Diamond Films)

É preciso dar crédito a quem tem: “Órfã”, de 2009, e sua sequência, “Órfã 2: A Origem” (que estreia em Passos e Paraíso), partem de uma ideia muito boa para um terror/suspense. Uma mulher adulta com uma disfunção hormonal que a impediu de crescer e ficou com um corpo de uma criança, passa-se por uma menina de cerca de 10 anos e tenta seduzir o pai de sua família adotiva, que não sabe quem ela realmente é. Se, no primeiro filme, isso tudo era o mistério, aqui, volta-se no tempo para contar a história de Esther, interpretada mais uma vez com gosto pela excelente Isabelle Fuhrman.

Esther, cujo nome original é Leena, estava numa instituição mental, na Estônia, sendo classificada como uma das internas mais perigosas. Mas, quando consegue fugir, finge ser uma garotinha sem família. Na internet, encontra um site com meninas americanas desaparecidas e assume a identidade de Esther, sumida há alguns anos, e a mãe da menina, Tricia (Julia Stiles), vai até Moscou buscá-la.

A família da pequena Esther está destruída desde seu desaparecimento. O pai, Allen (Rossif Sutherland), e a mãe estão deprimidos, e mal conseguem tocar a vida. Apenas o irmão mais velho, Gunnar (Matthew Finlan), parece não se importar muito. Mas a volta da garotinha pode restabelecer a alegria em família.

Dirigido por William Brent Bell, estreante na franquia, “A Órfã 2: A Origem” é um trash divertido especialmente pelas reviravoltas do roteiro de David Coggeshall. Nesse sentido, a tensão é crescente, especialmente quando Esther começa a disputar a atenção e o amor de Allen com Tricia. Aqui há uma complicação que não havia no original: ela é supostamente filha biológica, diferente do outro filme em que tentava seduzir o pai adotivo.

É preciso um pouco de suspensão de realismo e acreditar que Fuhrman interprete uma personagem na faixa dos 30 anos, com um rosto que aparenta pouco mais de 10. Se nas expressões faciais, algumas vezes, a atriz entrega seus 25 anos, na composição da personagem ela é, de certa forma, crível. Embora não haja nada de complexo nas figuras humanas que habitam o filme, mas quem liga para isso? Sabemos que, não importa o que acontecer, a protagonista sobreviverá – afinal o filme anterior se passa, cronologicamente, depois desse. O que interessa aqui é saber como “sua família” não sobreviverá. (Alysson Oliveira, do CineWeb)

ÓRFÃ 2: A ORIGEM (Orphan: First Kill). EUA, 2022. Gênero: Suspense, Terror. Direção: William Brent Bell. Elenco: Isabelle Fuhrman, Julia Stiles, Rossif Sutherland, Hiro Kanagawa. Cine Roxy, em Passos, 19h00 (Dub). Cine A, em São Sebastião do Paraíso, 21h30 (Dub)

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