ONGs de Passos reclamam de demora na liberação de repasses

Liberação de repasses para entidades estariam esbarrando em dificuldades burocráticas

ONGs de Passos reclamam de demora na liberação de repasses
Entidades passenses recorrem à Câmara para agilizar o trabalho da Comissão Permanente de Parcerias (Divulgação)

Representantes de entidades filantrópicas se reuniram na última segunda-feira, 28, na Câmara de Passos e expressaram descontentamento com as abordagens da Comissão Permanente de Parcerias, e outras entidades do Poder Executivo, em relação à implementação do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (Mrosc).

 

Segundo informações da Câmara, o marco consiste em um conjunto de regras e diretrizes estabelecidas pelo Governo Federal para regular a interação entre o Estado, organizações não governamentais (ONGs) e outras entidades sem fins lucrativos. O objetivo é fomentar uma parceria mais transparente, eficaz e colaborativa entre essas organizações e o setor público, visando fortalecer seus esforços em prol do bem-estar social e do desenvolvimento da sociedade.

 

As entidades mencionam que a regulamentação atual por parte do Executivo está dificultando a continuidade de suas atividades e que não há um entendimento uniforme sobre a padronização dos procedimentos. Elas solicitam que a administração municipal reveja o decreto municipal em vigor n° 573 para alinhá-lo à Lei 13.019/2014. Também enfatizam a importância de realizar treinamentos e cursos de capacitação sobre a legislação do Mrosc, envolvendo todos os interessados, para alcançar uma interpretação unificada.

 

Outro ponto destacado é a necessidade de criar um manual com processos e procedimentos relacionados ao Mrosc, indicando os responsáveis por área, a fim de padronizar os procedimentos no município, proporcionando mais segurança e agilidade. Também é solicitada a implementação de uma plataforma digital, similar à plataforma estadual (SEI), para agilizar os trâmites burocráticos exigidos pelo Mrosc.

 

As entidades também apontam burocracia e lentidão nos processos relacionados ao Mrosc. Segundo elas, frequentemente, os documentos que precisam ser corrigidos são revisados de forma fragmentada, sem uma análise completa, o que resulta em múltiplas correções. Elas também observam a falta de padronização entre as secretarias, com diferentes gestores conduzindo os processos de maneiras distintas, resultando em permissões para certas entidades e restrições para outras.

 

A presidente da Câmara, Aline Macêdo, propôs a realização de uma audiência pública para abordar essas questões, acolhendo a sugestão das entidades de trazer um palestrante e mediador para unificar as interpretações. Ela recomendou que a audiência fosse conduzida pela Escola do Legislativo, para que a Câmara pudesse contribuir com a mediação.

 

Todos os vereadores estiveram presentes e assinaram um documento exigindo ações por parte do município para resolver essas questões. Eles também confirmaram que se reunirão com o Poder Executivo para entregar o documento e buscar soluções.