O sonho de Isaac vira a maior cooperativa do mundo
Observando

A revista Exame, em sua última edição do mês de março, deu destaque para o empresário Isaac Ferreira Leite, o empresário que criou a maior cooperativa de café do mundo — um negócio que faturou no ano passado R$ 10,5 bilhões (que representa mais do que a soma dos orçamentos municipais das maiores cidades do Sul de Minas) no ano passado e distribuiu para os seus associados recursos da ordem de R$ 134,4 milhões
História
Fundada em 1932 por Isaac Ferreira Leite, a Cooxupé nasceu do sonho dele de unir pequenos produtores de café e fortalecer o setor cafeeiro local. Na época, o mercado de café era dominado por grandes fazendas, o que dificultava a competitividade dos pequenos produtores, que não conseguiam obter preços justos para sua produção.
A proposta
A solução proposta por Leite foi a criação de uma cooperativa que oferecesse condições de comercialização mais vantajosas e serviços de apoio aos cafeicultores. Inicialmente voltada para o crédito, a cooperativa se transformou em cooperativa de produção em 1957, marcando um importante marco na história do setor cafeeiro brasileiro.
O começo
"Isaac Ferreira Leite assumiu a presidência da cooperativa numa época em que Minas Gerais produzia pouco mais de 3 milhões de sacas de café, e os cafeicultores não tinham maquinário, armazéns ou orientações técnicas para valorizar o café que produziam", diz Carlos Augusto Rodrigues de Melo, atual presidente da Cooxupé e ex-colaborador de Leite.
Visão
Segundo Melo, a visão de Leite foi crucial para a criação de uma estrutura cooperativista robusta, que proporcionou acesso à tecnologia, conhecimento e financiamentos para os cafeicultores. Com o tempo, a cooperativa passou a oferecer uma gama de serviços aos seus cooperados, como assistência técnica no campo, programas de treinamento e capacitação, além de melhorias na logística e no acesso ao mercado.
Competitivos
O movimento permitiu que pequenos e médios produtores se tornassem mais competitivos, tanto no mercado interno quanto no externo, contribuindo para que Minas Gerais se consolidasse como um dos maiores polos produtores de café do mundo.
Líder
Além de seu papel como líder cooperativista, Leite também foi fundamental no desenvolvimento de uma cultura de qualidade no café brasileiro. Sob sua liderança, a Cooxupé se destacou na produção de cafés especiais, um nicho que, anos depois, ganharia ainda mais relevância no mercado internacional. Leite faleceu em 2006, presidiu a Cooxupé por 46 anos. Segundo o atual presidente da cooperativa, o empreendedor foi um homem a frente de seu tempo "e foi responsável por sua expansão nas regiões produtoras do país".
Cooxupé
Atualmente, o café que passa pela Cooxupé representa 14,4% da safra brasileira de café arábica e 20,2% da safra de café arábica de Minas Gerais. A cooperativa reúne mais de 20 mil famílias cooperadas em algumas das principais regiões produtoras de café, como o Sul de Minas, a Média Mogiana Paulista, o Cerrado Mineiro e as Matas de Minas.