No novo round jurídico da Casmil, pendenga vai pesar no bolso de Leonardo

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No novo round jurídico da Casmil, pendenga vai pesar no bolso de Leonardo
Novo conselho de administração está apostando no único produto da Casmil: as rações Radar (Reprodução)

Nessa pendenga jurídica em que a Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro acabou  envolvida, no mais recente round o ex-presidente Leonardo Medeiros quase foi nocauteado pela desembargadora da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) Maria das Graças Rocha Santos. No dia 6, sua decisão monocrática cassou a liminar obtida pelo ex-presidente um dia antes da Assembleia Geral Extraordinária realizada no último dia 28 de novembro, que culminou com a eleição do novo Conselho de Administração da empresa.

 

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Na sua sentença, a desembargadora foi direto ao ponto: “Agindo com extrema má-fé, no claro intuito de levar o eminente desembargador plantonista a erro, como de fato o fizeram, juntaram ao presente agravo, decisão anterior desta relatora, já revogada em sede de Agravo Interno, como se vigência ainda tivesse, suspendendo Assembleia anteriormente designada. Felizmente e em razão do 'tiro no pé' dado pelo próprio agravante que, mais uma vez agindo com má-fé, requereu 'segredo de justiça' ao pedido, com o claro objetivo de não dar conhecimento à Casmil da postulação do procedimento, ao determinar o desembargador plantonista o cumprimento de sua ordem de suspensão da assembleia, teve a juíza de primeira instância dificuldade no atendimento e, já realizada a assembleia, recebidos os autos da 2ª Vara, apreciando o pedido do ora agravante que ainda não havia sido decidido em primeira instância, prolatou a juíza da 1ª Vara Cível a sábia decisão".

 

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Diante de todo o tumulto jurídico ocasionado pelo ex-presidente Leonardo Medeiros, a desembargadora cassou a decisão proferida pelo desembargador plantonista, mantendo a decisão proferida no dia 28 de novembro de 2021 pela juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Passos, ou seja, negando o pedido liminar de Leonardo. Como se não bastasse a cassação da liminar concedida e negado o provimento ao recurso, a sentença ainda atingiu o bolso de Leonardo, com aplicação de multa: “Em consequência de todo o exposto, tendo o agravante usado do processo para conseguir objetivo ilegal, procedido de modo temerário, provocando incidente manifestamente infundado, conclui-se tratar-se de litigante de má-fé, pelo que, condeno-o na pena imposta, devendo pagar em favor da agravada, o equivalente a dez salários mínimos".

 

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Vencida essa querela, pelo menos em parte e até que outro recurso apareça – o que é considerado difícil agora, o novo conselho está apostando na recuperação da Casmil. E a única fonte de renda da cooperativa atualmente, além do arrendamento de alguns setores e imóveis, é a fábrica de rações e suplemento Radar, com o que a nova diretoria espera alavancar a recuperação da cooperativa. A Casmil conta com 47 funcionários, sendo 17 funcionários da fábrica de Rações. A fábrica tem capacidade para produzir 16 toneladas de ração por hora e, no mês de novembro, produziu 1.022 toneladas. A ideia é contar com a ajuda dos produtores e aumentar significativamente a produção. O desafio é grande, quase do tamanho que a Casmil alcançou nos tempos áureos em que era uma das maiores geradoras de empregos e renda no município de Passos.