No ‘Estadão, a romaria de Diego Oliveira e outros 700 prefeitos ao gabinete do Pacheco

Pacheco tem se aproximado do PSD, que defende candidatura do senador para a Presidência da República

No ‘Estadão, a romaria de Diego Oliveira e outros 700 prefeitos ao gabinete do Pacheco
Matéria dos jornalistas Carlos Eduardo Cheren e Marcelo Godoy relata o esforço para ampliar capital eleitoral no Estado (Reprodução)

A romaria dos prefeitos mineiros ao gabinete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco ganhou destaque na edição deste domingo do jornal “O Estado de São Paulo”  (que, segundo o lulopetismo, a exemplo de outros órgãos de imprensa como a extinta Época na sua edição de 26 de abril lhe deu a capa, como “O Conciliador”, também vem buscando “inflar” uma candidatura da chamada “terceira via” à Presidência como alternativa à polarização Bolsonaro e Lula). Na matéria dos jornalistas Marcelo Godoy e Dida Sampaio há o relato dos políticos mineiros de promessas de repasse de verbas, como o prefeito de Passos, Diego Oliveira, que recebeu a promessa de aporte de R$ 2 milhões para investimentos.

 

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No epicentro da crise institucional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, tem procurado exercer um papel de mediador na relação conflituosa do Executivo com o Judiciário, sem deixar de tomar decisões que impuseram ao presidente Jair Bolsonaro significativas derrotas. A exposição gerada pelos episódios de confronto entre os poderes ajudou a consolidar Pacheco como um potencial pré-candidato à Presidência da República no ano que vem. A romaria dos prefeitos é organizada pelo presidente do PSD em Minas e secretário nacional da legenda, Alexandre Silveira, e pelo presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM), Julvan Lacerda, que   se dedicam a receber grupos de dezenas de prefeitos mineiros, sempre acompanhados do deputado estadual ou federal da região, que deixam o gabinete do presidente do Senado com a promessa de repasse de verbas do Orçamento para as áreas de saúde e pavimentação de vias urbanas de suas regiões.

 

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Até o deputado estadual Cássio Soares, que estava com as relações políticas estremecidas com o seu primo, já se encarregou de levar prefeitos à romaria. Citado no texto do Estadão,  ele calcula que o gabinete de Pacheco tenha recebido cerca de 700 prefeitos do Estado nos últimos três meses. Minas possui 853 municípios. “Levei (ao gabinete de Pacheco), no fim de julho, um grupo de 30 prefeitos de municípios do sul e do sudoeste do Estado, que compõem a minha base eleitoral. Fomos atendidos pelo Alexandre (Silveira)”, disse o parlamentar, que é vice-presidente da legenda em Minas Gerais. Segundo Soares, o prefeito de Passos, Diego Oliveira (PSL), recebeu a promessa de aporte de R$ 2 milhões para investimentos. Prefeitos de municípios menores da mesma região saíram com promessa de verbas de R$ 500 mil.

 

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A prefeita de Uberaba, Elisa Araújo (Solidariedade), acompanhada do deputado Zé Silva (Solidariedade), fez parte de um grupo de duas dezenas de políticos de Minas Gerais que foi recebido por Silveira no gabinete da presidência do Senado, no último dia 18. Elisa conheceu o gabinete de Pacheco, tirou fotos, gravou vídeo com Silveira, saiu de lá com a promessa de uma verba de R$ 6 milhões para o município e retornou a Uberaba.

 

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O prefeito de Alterosa, Marcelo Nunes de Souza (PSD), por sua vez, recebeu a promessa de recursos de R$ 500 mil para investir em saúde e pavimentação de vias urbanas do município. Souza, que cumpre seu terceiro mandato como prefeito, foi recebido no gabinete de Pacheco, por Silveira, há duas semanas. Ele levou um grupo de 30 políticos de Minas. “Estou em meu terceiro mandato e nunca tivemos as portas do Senado abertas, como tem acontecido desde que Pacheco assumiu a presidência. Essa descentralização dos recursos para os municípios, protagonizada por ele, tem sido um alívio nesse momento de grandes dificuldades”, afirmou Souza.

 

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E a migração dos políticos mineiros para o PSD reforçam a tese de Gilberto Kassab de que Pacheco será o candidato da legenda à Presidência. Principal liderança do PSD em Minas, o ex-governador e senador Antônio Anastasia avaliou que o Estado, que é o segundo maior colégio eleitoral do País, é estratégico para consolidar uma eventual candidatura de Pacheco à Presidência da República. “Se o Rodrigo (Pacheco) decidir pela candidatura, e eu espero e torço para que ele se decida nesse sentido, ele sairá forte em Minas Gerais”, afirmou Anastasia. “Em todas as eleições presidenciais, desde a redemocratização, o candidato que venceu em Minas Gerais venceu no Brasil.”

 

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Kassab já dá como certa a filiação de Pacheco ao PSD e a candidatura do senador pela legenda ao Palácio do Planalto. “Ele está sendo muito bem aceito entre os formadores de opinião”, declarou o ex-ministro. O presidente do Senado é considerado a aposta mais ousada de Kassab, que também articula lançar nomes como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, nas disputas do ano que vem. Ou seja, ele vem preparando “palanques” de grande estrutura para o seu candidato.

 

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Independente dos rumos eleitorais que esses entendimentos tomarem, fica a torcida para que os primos Rodrigo e Cássio reatem pelo menos os seus laços familiares e superem as divergências políticas. Até porque, na história política de Passos, quando dois irmãos se envolveram em divergências políticas, um deles acabou morrendo na cadeia...