Mulher morta em Passos era parente de vítima que denunciou agiota por 'estupro virtual'

Conforme investigação, homem exigia fotos e vídeos íntimos da vítima por conta de uma dívida de R$ 30 mil em Passos

Mulher morta em Passos era parente de vítima que denunciou agiota por 'estupro virtual'
Mulher morta a facadas em MG era parente de vítima que denunciou agiota em Passos (Reprodução)

A Polícia Civil informou que a mulher de 59 anos que foi morta a facadas na manhã desta sexta-feira (11) em Passos, era parente de uma mulher que era extorquida pelo suspeito do crime, que seria agiota. O homem estaria exigindo fotos e vídeos íntimos por conta de uma dívida de R$ 30 mil.

 

Geuza Aparecida Alves, de 59 anos, foi morta com pelo menos quatro facadas quando voltava da padaria, por volta de 7h, no bairro São Francisco.

 

"Quando os militares chegaram, depararam com a vítima já sem sinais vitais e perfurações no corpo. O suspeito foi localizado em uma residência próximo ao local do crime. Ao ser localizado, capturado, ele já tinha desferido algumas facadas no próprio corpo, com o intuito de tirar a própria vida. Ele confirmou que deu as facadas na vítima, deu uma versão sobre os fatos e afirmou que teria desferido as facadas porque não queria ir para a cadeia", disse o capitão da Polícia Militar, Diogo da Silva Rosa.

 

Conforme a investigação, há uma semana, uma parente Geuza acusou Levi Gonçalves, de 62 anos, de pedir fotos e vídeos íntimos como forma de pagamento de uma dívida que chegava a R$ 30 mil.

 

"Ela nos narrou que teria feito uma dívida no ano de 2019 com o investigado e que após não conseguir dar quitação a essa dívida, ele propôs que ela começasse a mandar vídeos e fotos para ele. Ocorre que essa quitação nunca ocorreu, ele nunca quitou a dívida dessa mulher e ele começou a extorqui-la, requisitando que ela mandasse fotos e vídeos nos moldes do que ele determinava, introduzindo objetos que ele determinava, praticando atos libidinosos que ele determinava", disse a delegada da mulher, Mariana Fioravante.

 

Segundo a polícia, o autor tentou tirar a própria vida com a mesma faca usada no crime. Segundo a delegada da mulher, uma das linhas de investigação sugere que Levi era agiota e por isso a família tinha medo de denunciá-lo.

 

"Ela virou praticamente uma escrava dele. Ele requisitava todos os dias que ela mandasse fotos e vídeos nos moldes que ele determinava, hoje é o que a jurisprudência chama de estupro virtual. Há uma linha investigativa que ele era um agiota na região, por isso todos tinham medo de denunciá-lo, então acredito que seja por essa razão que ela demorou tanto tempo para procurar ajuda da polícia", disse a delegada.

 

Para o delegado Ismael Jerônimo Soares, que também investiga o caso, Levi conhecia o trajeto de Geuza e se aproveitou disso para atacar a vítima.

 

"Como ele tinha conhecimento do cotidiano, da rotina, ele aguardou a vítima ir a uma padaria e quando ela retornou, ele a confrontou e uma das testemunhas chegou até a mencionar que ouviu a frase 'você vai me pagar?', a vítima disse que não e aí ele sacou a faca e iniciou os golpes. O primeiro golpe foi no pescoço e mesmo no chão quando a vítima já tinha caído, ele continuou golpeando-a. Com a chegada das testemunhas, ele foi dissuadido e fugiu com a faca nas mãos", disse o delegado.

 

A polícia vai investigar agora mais pessoas podem ter sido vítimas do homem.

 

"Serão ouvidas mais testemunhas, coleta de câmeras de segurança, análise de equipamentos, foi apreendido um HD externo na residência dele, algumas anotações, revelando que ele tinha alguns devedores, então os próximos passos serão dados nos próximos cinco dias, uma semana, então provavelmente entregaremos nesse período o inquérito ao judiciário", completou o delegado.