Mulher é quase linchada durante jogo do Varzeano em Passos
Ela atuava como segurança durante um jogo e teve que usar equipamento de choque contra treinador e equipe reagiu
Um fato inédito ocorreu no final da manhã de domingo, dia 7, no estádio municipal Virgílio Otávio de Vasconcelos, no segundo jogo da rodada dupla do Campeonato Municipal Varzeano promovido pela Secretaria de Esporte. Uma segurança feminina foi acusada de atingir o treinador do Real Novo Horizonte com o equipamento de choque, provocando desmaio na vítima, que teve que ser levada imediatamente para UPA. Houve reação dos companheiros do treinador, que agrediram a segurança.Mesmo diante da gravidade do acontecimento, com a possibilidade de ocorrer o assassinato coletivo, a Polícia Militar não foi acionada no local.
Conforme informações apuradas com Amauri Pina da Silva, de 56 anos, jogador, mas que atuou como técnico do Tiradentes, adversário do Real, e presenciou o ocorrido, a confusão começou com a expulsão de um atleta do Real Novo Horizonte faltando aproximadamente 5 minutos para o encerramento da partida iniciada às 10h30. Antes mesmo de sair do banco de reservas, a segurança teria tentado levar o jogador advertido com cartão vermelho para perto dos vestiários, dando origem à confusão.
“No momento, o técnico do Real, supostamente nervoso, passou a discutir com a jovem funcionária da empresa responsável por evitar agressões dentro e fora do gramado, recebeu a descarga elétrica em uma das mãos e caiu desacordado no solo minutos depois. Há informação de que ele tem problemas cardíacos e teve o sério risco de morrer na beira do campo de jogo”, comentou policial que hoje pertence ao quadro da reserva da PM.
O nível da revolta dos dirigentes e torcedores da equipe do Bairro Novo Horizonte se elevou e houve tentativa de linchamento da segurança, sendo salva por um torcedor e por Amauri, que fizeram a intervenção em meio à confusão. “A situação era gravíssima naquele momento. Cerca de 15 pessoas tentaram agredir a segurança, porque a moça apanhou demais e tinha gente com pedaço de bloco de cimento e porrete. Graças a Deus conseguimos acalmar o bando, fecharam o portão do estádio e evitamos o pior”, relatou Amauri.
Antes de colocá-la ferida em um veículo, o técnico do Tiradentes disse que era para ela ir no Batalhão da PM e registrar o boletim de ocorrência por ameaça de morte. “Não sei se ela fez isso. Não se pode cometer um erro mais grave devido a outro. Não é assim. Pedi também para ir na UPA realizar o exame de corpo delito. Agora, peço aos organizadores do campeonato que puna exemplarmente os envolvidos na tentativa de homicídio. Ao menos que o árbitro relate nomes de jogadores e dirigentes agressores do Real”, ressaltou o PM aposentado.
No início da noite de terça-feira o secretário municipal de Esporte, Vicente Campeiz, informou que iria colher as informações sobre o fato e na manhã desta quarta-feira iria divulgar a nota oficial. Horas antes, durante a tarde, disse que providências já foram tomadas, através de ofício, em relação à empresa prestadora do serviço de segurança pública, ao relatar ao responsável, o ocorrido domingo passado no estádio Virgílio.