Moda de salão

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Moda de salão
Desfile da Tom Ford / Inverno 25 (Divulgação)

Na recente temporada de moda prêt-à-porter em Paris, algumas marcas reduziram drasticamente o número de convidados em seus desfiles, reforçando a ideia de exclusividade e luxo. Tom Ford, Jacquemus e Dries Van Noten, por exemplo, limitaram suas plateias a menos de 200 pessoas, um número muito abaixo das grandes apresentações tradicionais, que costumam reunir entre 500 e 1.000 convidados. Essa estratégia indica uma mudança na forma como a moda está se comunicando com sua audiência.

A exclusividade sempre foi um pilar da moda de luxo, mas nos últimos anos, a crescente presença de influenciadores e o aumento da digitalização dos desfiles tornaram o acesso a esses eventos mais amplo. Agora, marcas estão retomando o controle, selecionando meticulosamente quem pode vivenciar a experiência presencialmente. Com isso, os desfiles se tornam mais intimistas, direcionados a compradores estratégicos, clientes VIPs e uma imprensa altamente especializada.

Além do caráter seletivo, essa abordagem valoriza a experiência para quem está presente. Em vez de grandes produções abertas a centenas de convidados, as marcas apostam em espaços menores e atmosferas mais exclusivas, garantindo que cada detalhe seja percebido e apreciado sem distrações. Esse movimento também está alinhado com a estética do "quiet luxury", que privilegia sofisticação discreta e um luxo menos ostensivo.

Para o futuro da moda, essa mudança pode sinalizar um novo modelo de apresentações, onde o impacto está na curadoria da audiência tanto quanto nas roupas exibidas. É provável que mais grifes adotem formatos similares - inclusive por aqui. O modelo de 'circo fashion' parece ter chegado ao fim.

Amém!!