Mergulhador elogia bombeiros e critica falta de estrutura
Equipamento de localização está sendo aguardado neste domingo no Porto de Guapé
Roberto Obvioslo, de 64 anos, morador em São José da Barra, mergulhador profissional que entre os dias 7 e 10 deste mês colaborou com as equipes do Corpo de Bombeiros de Passos e Belo Horizonte nas buscas pelo carro de um aposentado de 75 anos que se jogou da balsa do porto de Guapé no domingo passado, não economizou elogios aos companheiros de ofício pelo árduo trabalho de varredura no fundo do Lago de Furnas.
“São atos de bravura desses seres humanos na concepção das palavras. Digo a todos, porque eu presenciei tudo que fizeram durante quatro dias consecutivos”.
Na tarde deste domingo, dia 12, completam-se 168 horas que José Eugênio da Silva, dentro do Fiesta branco, avançou de dentro da balsa que trafegava no sentido São José da Barra/Guapé e caiu na água da represa, bem na metade do trajeto que tem cerca de 800 metros de um cais ao outro. O local tem profundidade superior a 70 metros.
O mergulhador, contou que os bombeiros que estão em busca da localização do corpo da vítima, são verdadeiros guerreiros, e lamenta não possuírem equipamentos de ponta para obter sucesso nas varreduras. “Eles fizeram de tudo para achar o corpo do senhor Eugênio. São competentes, corajosos e prestativos, porém, o que tem em mãos é insuficiente para uma tarefa dessa magnitude. O governo estadual, e até as prefeituras da região, precisam investir mais em tecnologia para mergulho em elevada profundidade. O lago é 70% assim”, comentou.
O profissional foi mais além. “Até treinamento em locais como onde ocorreu o fato lamentável é preciso investir, todavia portando instrumentos de trabalho modernos que em pouco tempo obtém sucesso. Nossos valentes bombeiros da região são limitados a mergulhar no máximo 20 metros de profundidade, e por isso, não basta só valentia e persistência acima da vontade”, ressaltou o dono da ScubaMinas, uma escola para aprendizes na Barra.
TRIMIX
Neste sábado, dia 11, os mergulhadores de Passos e Belo Horizonte passaram a utilizar a mistura de gases denominada Trimix (hélio, oxigênio e ar comprimido) envasados em quatro cilindros que são presos no corpo do bombeiro, neste caso, que possibilita alcançar em torno de 60 metros ou mais de profundidade. Foi a medida tomada pela prefeitura da Barra para tentar sucesso nas buscas que completa sete dias hoje.
Roberto revelou que possui os gases, um deles, o hélio, é de alto valor comercial. “Diante da urgência para localizar o corpo, vendi a preço de custo e a título de colaboração. Ontem não deu certo, mas a possibilidade hoje é grande, porque é a melhor maneira que se tem no momento para obter sucesso nas varreduras. Não pude colaborar nos trabalhos ontem e nem hoje, mas torço muito para que a empreitada dê certo”, esclareceu.
SONAR
O equipamento já está sendo usado desde a última segunda-feira, dia 6, que serve para localizar diversos pontos de referência de possível local onde esteja o veículo, todavia os mergulhadores deparam com outros objetos como a sapata da ponte submersa no Rio Sapucaí e uma casa. Nos trabalhos de ontem, mais uma vez as buscas foram em vão.
O Major Guilherme, do Corpo de Bombeiros de Poços de Caldas, já havia adiantado à reportagem, neste sábado, que uma equipe de Brasília (DF) estava a caminho de São José da Barra, e hoje, contou que os profissionais bombeiros dormiram em Uberlândia (MG) e devem chegar nesta manhã ao porto. Um sonar de alta precisão está sendo trazido e acredita-se que ainda neste domingo o corpo de José Eugênio seja localizado com o uso da ferramenta de alta tecnologia para indicar objetos submersos em elevada profundidade