Maxuel Ribeiro, exonerado do Planejamento, não se sente injustiçado
Solenidade de assinatura de adesão da Heineken ao projeto Bocaina gerou reação dos vereadores
A solenidade da adesão da Heineken ao Projeto Bocaina realizada na semana passada provocou grande repercussão na sessão de segunda-feira da Câmara de Passos e acabou derrubando Maxuel Ribeiro do cargo de Secretário Municipal do Planejamento. Motivo: os vereadores se sentiram marginalizados, pois sequer foram convidados para o evento no Palácio da Cultura.
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A primeira manifestação pela situação partiu da própria presidente da Casa, Aline Macedo, que abriu o grande expediente, lamentou a exclusão do legislativo no evento e fez um alerta a um secretário municipal: “se quiser impor alguma coisa ao legislativo, está batendo na porta errada”, disse.
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O primeiro a ocupar a tribuna no grande expediente, Michael Silveira também mostrou sua indignação, apoiou a presidente da Casa e citou a Secretária de Educação, Rosa Beraldo, como exemplo: na semana passada ela promoveu algumas inaugurações e convidou todos os vereadores para os eventos. Plinio Andrade também cumprimentou a postura da presidente da Casa no caso.
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Luiz Carlos Souto Jr, o Dentinho, foi o primeiro a nominar o titular da Secretaria de Planejamento, Maxuel Ribeiro, como responsável por ter ignorado o papel da Câmara na recente solenidade da Heineken. “Foi um desrespeito à instituição Câmara, sem a qual a empresa não viria para Passos”, afirmou.
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O líder do prefeito na Casa, Maurício Silva, disse que a solenidade acabou surpreendendo a todos, inclusive o prefeito Diego Oliveira. Contou que a previsão era de uma visita ao prefeito, quando seria assinada a adesão. Mas também reconheceu que os vereadores teriam que ser convidados como diversas outras autoridades. Revelou que o lançamento da pedra fundamental da fábrica será realizado em maio.
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E, de fato, foi a própria assessoria de imprensa da empresa que, no final da tarde de quarta-feira da semana passada, enviou para alguns órgãos de imprensa de Passos a seguinte informação: “Será uma breve cerimônia na prefeitura de Passos para assinatura do termo de adesão e parceria da Unidade de Gestão do Projeto (UGP) para fazer parte do Programa Produtor de Águas da Agência Nacional de Águas (ANA). A reunião está marcada para 9h”. Daí para a mudança para o Palácio da Cultura, nada foi divulgado.
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Mas não adiantou. Na terça-feira à tarde, a casa do secretário caiu e os porta-vozes do prefeito anunciaram que Maxuel não era mais secretário. Nesta quarta-feira na “rádio corredor” da Prefeitura não se falava de outra coisa: a exoneração do Secretário de Planejamento, Maxuel Ribeiro. Os desafetos dele, entre os quais um forte secretário municipal, comemoravam.
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Dois dias depois de exonerado, Maxuel comentou o ato do prefeito: “Certamente foi uma decisão bastante difícil, mas estes movimentos são comuns no âmbito da administração pública e, principalmente, no âmbito político”, disse Maxwuel.
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Segundo Maxwuel, ele iniciou a carreira na administração pública em Passos como auxiliar administrativo em 2015 e ocupou cargos de diretor no primeiro escalão. “Tenho um histórico de muito trabalho em equipe e com grandes conquistas para Passos e região. Então, por isso sabemos que a decisão foi apenas por uma necessidade política. E isso faz parte do processo, assim como os riscos que tais mudanças envolve”, disse.
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Questionado se se sentiu injustiçado, o ex-secretário disse que não. “Isso porque, embora eu me preocupe com o futuro de nossa cidade, sobretudo neste momento no qual o nosso progresso exige ainda mais um comportamento mais técnico que político, eu também compreendo que para que se mantenha o equilíbrio entre os poderes, sobretudo Executivo e Legislativo, algumas concessões são necessárias. Então, eu não me sinto injustiçado justamente porque compreendo que a necessidade do meu know how técnico se findou quando, junto com minha equipe, concluímos o processo de atração da grande empresa que estávamos buscando. Agora, entendo que precisamos deixar a política aos políticos, enquanto eu já me preparo para assumir as novas emoções e trabalhos que eu já estava programando para viver”, afirma.
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Servidores mais independentes da administração veem no ex-secretário o principal responsável pelo sucesso das negociações da vinda da Heineken para Passos. Tanto que a própria administração, no calor das comemorações do ano passado, pelo seu desempenho, lhe deu uma secretaria, a de Indústria, Comércio e Turismo, e depois outra, a de Planejamento. Os ex-ocupantes dessas pastas, que deveriam ser os responsáveis pelas negociações, deixaram seus cargos sem levar os méritos pelo feito.
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Segundo consta, o problema foi a ciumeira que atingiu parte do primeiro escalão do prefeito e até os vereadores... E um desses experientes observadores da cena política local fez o resumo da ópera: ser prefeito em Passos é como ter um casamento de quatro anos com 11 esposas ciumentas. E ainda querem aumentar para 17... Oo loko meoo!