Mais de 2 mil pessoas internadas por desidratação no Estado

Onda de calor acende alerta para os perigos da desidratação. Atenção deve ser reforçada especialmente com idosos e crianças

Mais de 2 mil pessoas internadas por desidratação no Estado
Onda de calor e baixos índices de umidade relativa do ar representam risco à saúde de idosos e crianças (Reprodução AgMG)

Minas Gerais está na lista dos estados que serão mais afetados pela onda de calor no Brasil, anunciada pelos meteorologistas, e a previsão de temperaturas elevadas nos próximos dias, associada à ausência prolongada de chuvas, faz acender o alerta para perigos como a desidratação.

 

Somados ao calor, os baixos índices de umidade relativa do ar podem impactar a saúde de toda a população, em especial dos mais vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou de circulação, diabéticos e gestantes.

 

A referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carolina Guimarães, alerta que neste momento é essencial aumentar a hidratação, de preferência, ingerindo água. “Principalmente nestes dias de calor intenso e umidade relativa baixa, é importante se atentar para a ingestão de água, evitando sua substituição por bebidas adocicadas, como refrigerantes, néctares, sucos artificiais e bebidas alcoólicas”, detalha.

 

Outras recomendações importantes neste período são: evitar a exposição ao sol entre 10h e 16h; utilizar roupas leves, bonés ou chapéus e o protetor solar; deixar as janelas abertas em casa e em veículos sem ar-condicionado; manter ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água; e tomar banhos ligeiramente mornos, evitando a mudança brusca de temperatura.

 

Além da sede

 

Urina escura, cansaço, pele ressecada e até prejuízo na função renal: a ingestão insuficiente de água faz com que o corpo apresente sinais que vão bem além da sensação de sede e de boca seca. Em caso de transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares e diarreia, é fundamental procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de casa para atendimento.

 

“Para evitar um possível quadro de desidratação, em geral recomenda-se a ingestão média de dois litros de água por dia. No entanto, essa quantidade pode variar, dependendo da temperatura, atividades que a pessoa realiza e se estará exposta ao sol”, explica Carolina Guimarães.

 

De acordo com Daniela Dutra, também referência técnica da Diretoria de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade, outro fator a ser considerado na avaliação da quantidade e da frequência de ingestão diária de líquidos é o ciclo da vida em que a pessoa se encontra. No caso dos idosos, por exemplo, recomenda-se uma frequência maior. “Isso porque, com o avanço da idade, ocorre a redução da sensação de sede, bem como da percepção do calor, além do aumento da perda de líquidos pelo organismo, fazendo com que a desidratação nesse público aconteça de forma mais rápida”, salienta.

 

Em relação às crianças, é importante que os responsáveis estimulem os pequenos a tomarem água já que eles nem sempre sinalizam aos adultos quando sentem sede.  “É muito importante se atentar para os primeiros sinais de sede e satisfazer de pronto a necessidade de água indicada pelo nosso organismo”, reforça ela.

 

De janeiro a julho de 2023, foram internadas, em unidades de saúde de todo o estado, 2.301 pessoas por desidratação (depleção de volume), sendo 384 crianças de até 9 anos e 1178 idosos com mais de 60 anos.

 

Aliados para reforçar a hidratação

 

Daniela explica, ainda, que frutas e verduras contêm grande potencial complementar na hidratação. “Frutas como melancia, melão, acerola, laranja, mexerica e abacaxi possuem alta composição de água, além de vitaminas e minerais. Sucos e picolés feitos do suco natural de frutas também são uma boa alternativa”, orienta.

 

Ela ainda reforça que é preciso dar preferência a alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, legumes, hortaliças, cereais, leguminosas e carnes magras. “Especialmente nesses dias mais quentes, recomenda-se evitar alimentos e preparações gordurosas e buscar uma alimentação mais leve e saudável”, conclui a técnica.