Lago de Furnas fica abaixo de 30% e entidades voltam a se mobilizar

Discursos e propostas dos últimos anos não evitam que o Lago de Furnas continue sendo esvaziado

Lago de Furnas fica abaixo de 30% e entidades voltam a se mobilizar
Na quinta-feira, segundo o Operador Nacional do Sistema, o nível chegou a 29,57% (Reprodução)

 

O volume de água do reservatório de Furnas abaixou e chegou neste início do mês de novembro a 29,57%  do seu nível máximo. A baixa apontada pela Eletrobras tem relação com a estiagem dos últimos meses e não acontecia desde dezembro de 2021. Apesar da alta de 76% do seu volume útil até abril deste ano, a estiagem dos últimos meses abaixou muito o reservatório. Em agosto, a quantidade ficou abaixo dos 50% e, em setembro, dos 40%.

A mobilização realizada nos anos anteriores, inclusive com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional que aprovou o tombamento do lago, assegurando a cota mínima, foi mais uma frustração para a região, pois o lago continua sendo esvaziado. E em mais uma mobilização em defesa dos Lagos de Furnas e Peixoto, a Unilagos e a Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago) renovam os pedidos por ações concretas e urgentes das autoridades para garantir o uso racional das águas, o cumprimento das leis e o respeito às cotas mínimas dos lagos.

Nesta semana, três ofícios foram enviados às autoridades em busca de soluções que garantam o uso múltiplo e seguro das águas, essenciais para a segurança hídrica e energética do Brasil. Imaginava-se que com um ministro mineiro, Alexandre Silveira no Ministério das Minas e Energia, o problema seria resolvido. Além de não cumprir o prometido, a situação piorou.

Um dos ofícios foi endereçado ao presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), cobrando uma posição firme em defesa dos lagos. Ambos os espelhos d'água são tombados como patrimônio de Minas Gerais em suas cotas mínimas, conforme a Constituição Estadual, reforçando a importância de sua preservação.

Outro ofício foi para solicitar uma reunião com a Comissão de Minas e Energia: as entidades solicitaram ao deputado Odair Cunha, constante apoiador da causa mas que a exemplo do ministro Alexandre Silveira fica só no discurso, que convoque uma reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para discutir a antecipação da resolução, prevista para dezembro , que visa limitar a vazão das águas dos lagos. A proposta busca garantir que as águas utilizadas sejam de forma sustentável e preservem os níveis mínimos.

No terceiro ofício, a Unilagos e a Alago pedem ao Senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, que use sua influência no prol da preservação dos lagos, atuando em defesa da causa, tanto como representante de Minas Gerais quanto como Líder do Legislativo. Também nos anos anteriores os seus discursos não se converteram em ações concretas.

 

EQULÍBRIO

As lideranças da Unilagos e da Alago ressaltam que esta luta não se trata apenas de cumprir normas ambientais, mas de proteger o patrimônio mineiro e os direitos do povo brasileiro ao uso sustentável de recursos essenciais. “Seguiremos buscando incessantemente o cumprimento dos nossos direitos e o respeito ao povo mineiro e brasileiro”, afirmaram em nota.

Os Lagos de Furnas e Peixoto são fundamentais para o equilíbrio ecológico, a economia e a cultura da região, e seu cuidado é vital para a continuidade do abastecimento hídrico e a produção de energia no Brasil.