Janaina Cardoso toma posse de mandato com seu cão de estimação

A causa animal, presente na pauta de muitos dos parlamentares da Câmara Municipal de Belo Horizonte, ganhou reforço

Janaina Cardoso toma posse de mandato com seu cão de estimação
Ela tomou posse como vereadora e fez o juramento acompanhada pelo Ralph, um yorkshire que está com ela há 13 anos (Bárbara Crepaldi)

A posse da vereadora Janaina Cardoso ontem na Câmara Municipal de Belo Horizonte poderia passar em branco na rotina noticiosa da política brasileira. Mas como ela levou o seu cãozinho para a solenidade e prestou juramento com ele na tribuna, ganhou repercussão nacional.

 

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Ela assumiu a vaga do ex-vereador Léo Burguês, que renunciou ao cargo na última quarta-feira, minutos antes de ter processo de cassação votado na Câmara. Ela leu o juramento e assinou o livro de posse acompanhada da seu cachorrinho de nome Ralff – que vai ficar permanentemente em sua mesa na Casa.

 

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Arquiteta e urbanista, Janaína, assim como Burguês, era filiada ao antigo PSL em 2020 e recebeu 3.717 votos. Ela foi casada com o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PL), e se define como “cristã” e “protetora dos animais”. A presença do cachorro foi notada pelo presidente da Câmara, Gabriel (sem partido). “Agradeço a presença do Ralph, não é o primeiro animalzinho que vem aqui no Plenário e que não seja o último. Que este plenário esteja aberto a todas as criaturas”, afirmou.

 

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Mas não foi apenas o Ralff que ganhou as manchetes em Minas. Na semana passada um cachorro da raça Shih-Tzu foi nomeado como diretor da Comissão de Direito dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais. “Beethoven Fernandes Moreira”, o nome dele, será o responsável pela Coordenadoria de Combate aos Maus Tratos.

 

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Conforme publicação na página da comissão, o cão, que teria perdido um dos olhos por negligência de um petshop, foi nomeado pela presidente do colegiado, a advogada Fernanda Moraes de São José. Segundo o ato, o animal é “filho bichológico” de uma outra advogada, da cidade de Ipatinga, no Vale do Aço.

 

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Mas a causa animal ganha cada vez mais evidência e adeptos. Agora os deputados dos partidos PL e Patriota protocolaram  um projeto de lei na Câmara dos Deputados que pretende dar o direito à licença do trabalho para quem perder um animal de estimação. Caso aprovado, o texto ressalta que os trabalhadores terão até um dia distante do serviço. O texto em tramitação altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e se refere apenas ao caso de falecimento de cães ou gatos.

 

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Mas é preciso lembrar que a história às vezes confunde realidade e fantasia, difíceis de se distinguir. É o que aconteceu com o terceiro imperador de Roma, conhecido como Calígula já na decadência do império.

 

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Ele nutria grande amor pelo seu cavalo preferido, o Incitatus. Chegou a se apaixonar a tal ponto por ele que até o nomeou Cônsul da Bitínia. Contam que era uma afronta ao Senado e às instituições que desprezava como déspota absoluto.