Janaina Cardoso toma posse de mandato com seu cão de estimação
A causa animal, presente na pauta de muitos dos parlamentares da Câmara Municipal de Belo Horizonte, ganhou reforço
A posse da vereadora Janaina Cardoso ontem na Câmara Municipal de Belo Horizonte poderia passar em branco na rotina noticiosa da política brasileira. Mas como ela levou o seu cãozinho para a solenidade e prestou juramento com ele na tribuna, ganhou repercussão nacional.
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Ela assumiu a vaga do ex-vereador Léo Burguês, que renunciou ao cargo na última quarta-feira, minutos antes de ter processo de cassação votado na Câmara. Ela leu o juramento e assinou o livro de posse acompanhada da seu cachorrinho de nome Ralff – que vai ficar permanentemente em sua mesa na Casa.
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Arquiteta e urbanista, Janaína, assim como Burguês, era filiada ao antigo PSL em 2020 e recebeu 3.717 votos. Ela foi casada com o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PL), e se define como “cristã” e “protetora dos animais”. A presença do cachorro foi notada pelo presidente da Câmara, Gabriel (sem partido). “Agradeço a presença do Ralph, não é o primeiro animalzinho que vem aqui no Plenário e que não seja o último. Que este plenário esteja aberto a todas as criaturas”, afirmou.
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Mas não foi apenas o Ralff que ganhou as manchetes em Minas. Na semana passada um cachorro da raça Shih-Tzu foi nomeado como diretor da Comissão de Direito dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais. “Beethoven Fernandes Moreira”, o nome dele, será o responsável pela Coordenadoria de Combate aos Maus Tratos.
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Conforme publicação na página da comissão, o cão, que teria perdido um dos olhos por negligência de um petshop, foi nomeado pela presidente do colegiado, a advogada Fernanda Moraes de São José. Segundo o ato, o animal é “filho bichológico” de uma outra advogada, da cidade de Ipatinga, no Vale do Aço.
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Mas a causa animal ganha cada vez mais evidência e adeptos. Agora os deputados dos partidos PL e Patriota protocolaram um projeto de lei na Câmara dos Deputados que pretende dar o direito à licença do trabalho para quem perder um animal de estimação. Caso aprovado, o texto ressalta que os trabalhadores terão até um dia distante do serviço. O texto em tramitação altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e se refere apenas ao caso de falecimento de cães ou gatos.
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Mas é preciso lembrar que a história às vezes confunde realidade e fantasia, difíceis de se distinguir. É o que aconteceu com o terceiro imperador de Roma, conhecido como Calígula já na decadência do império.
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Ele nutria grande amor pelo seu cavalo preferido, o Incitatus. Chegou a se apaixonar a tal ponto por ele que até o nomeou Cônsul da Bitínia. Contam que era uma afronta ao Senado e às instituições que desprezava como déspota absoluto.