Homem armado com facão tenta invadir igreja e agride pessoas durante culto
Autoridades paraisenses reforçam necessidade de ações efetivas para combater problema
Uma confusão generalizada envolvendo pessoas em situação de rua agitou a noite de domingo, 12, na Praça da Saudade, em São Sebastião do Paraíso. O episódio, que ocorreu em frente ao cemitério municipal, culminou com a prisão de um homem armado com um facão após ele agredir fisicamente outro morador de rua e tentar invadir uma igreja evangélica durante um culto. Segundo o “Jornal do Sudoeste”, o caso gerou grande repercussão nas redes sociais, especialmente após um vídeo gravado por populares viralizar entre os moradores da cidade.
O vídeo do incidente mostra dois homens em vias de fato no chão, enquanto outros quatro tentam separá-los. Em determinado momento, a confusão se intensifica, com gritos e tentativas de intervenção, incluindo de uma mulher idosa que, apesar de seus esforços, não consegue conter a briga. Cães que acompanham as pessoas envolvidas também entraram na confusão, latindo e circulando ao redor, tornando a situação ainda mais caótica.
Um dos envolvidos pegou um facão durante o tumulto e tentou invadir a igreja ao lado da praça. Ocorria um culto no momento, com dezenas participantes. Os diáconos impediram sua entrada, mas ele conseguiu agredir algumas pessoas antes de ser contido pela Guarda Civil Municipal, que agiu rapidamente. Em seguida, a Polícia Militar chegou ao local e prendeu o homem, que foi autuado por vias de fato.
O vereador e policial civil Roney Vilaça, que estava de plantão e participou da ocorrência, manifestou indignação com o ocorrido. “Isso chegou a um ponto insustentável. Alguém entra armado em uma igreja com um culto em andamento e agride pessoas. É uma situação que precisa ser enfrentada de forma direta e urgente,” declarou.
PREFEITO
Poucos minutos após o ocorrido, o prefeito Marcelo Morais esteve na praça e realizou uma transmissão ao vivo em suas redes sociais. Ele ressaltou os desafios enfrentados pela Administração para lidar com a situação das pessoas em situação de rua, destacando os entraves legais que dificultam ações mais eficazes.
“Chegamos ao limite. Não dá para aceitar brigas generalizadas com pessoas armadas ameaçando a segurança da população. A legislação garante o direito de ir e vir, mas precisamos refletir: que tipo de cidade queremos construir? Uma cidade solidária, sim, mas organizada e segura,” enfatizou o prefeito.
Ambos destacaram a necessidade de uma abordagem mais estruturada para enfrentar o problema. Vilaça sugeriu a criação de uma central de distribuição de donativos e triagem para identificar quem realmente necessita de ajuda. “Só trazer comida para as praças não resolve. Muitas vezes, isso agrava a situação. Precisamos separar quem está em vulnerabilidade de quem escolheu essa condição, ou mesmo de criminosos que se misturam aos andarilhos,” afirmou.
O prefeito Marcelo também ressaltou a importância de envolver diversos setores na busca de soluções. “Já tentei envolver Ministério Público, Judiciário, forças de segurança e outros órgãos. É hora de unir forças para implementar medidas que protejam tanto as pessoas em situação de rua quanto a população em geral. Vamos dar ajuda para quem precisa de ajuda, e polícia para quem precisa de polícia,” disse.
Além do episódio de domingo, moradores têm relatado outros problemas associados à presença de andarilhos na cidade, incluindo casos de assédio e sensação de insegurança em áreas próximas à praça. Durante o atendimento da ocorrência, um casal informou ao vereador que algumas jovens têm sido seguidas por essas pessoas em ruas escuras, aumentando o medo de que algo mais grave possa acontecer.
O caso trouxe à tona a necessidade de um debate mais profundo sobre como lidar com o aumento da população em situação de rua em Paraíso. Enquanto parte da população apoia ações mais rígidas, outros defendem um enfoque mais humanitário, inclusive oferecendo alimentos e dinheiro a essas pessoas.
A Praça da Saudade tem sido ponto de concentração de pessoas em situação de rua há anos, atraindo também quem busca alimentos e doações, mesmo tendo moradia. A Administração municipal, conforme explica Morais, já realizou diversas tentativas de intervenção, mas enfrenta limitações legais e falta de apoio coordenado.
“Eu reconheço o esforço do prefeito. Não foi por falta de iniciativa que chegamos a esse ponto. Agora, precisamos unir forças e enfrentar esse problema de frente,” conclui o vereador Roney. O autor das agressões foi levado à 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil e, mais tarde, seguiu para o presídio.