Funerária encontra dificuldade em admitir coveiros em Passos
O salário e a carga horária são compatíveis com a função e baseados no valor do piso determinado pelo sindicato dos trabalhadores em cemitérios
O Lar dos Idosos da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP), responsável pela administração dos cemitérios municipais da Saudade e Parque Senhor dos Passos, há anos vem encontrando dificuldades de conseguir mão de obra especializada para execução de serviços gerais nos dois locais. A função de sepultureiro é a mais contratada pela entidade, mas em razão de algumas exigências conforme as normas, os profissionais pedem demissão com pouco tempo de trabalho.
A profissão de coveiro ou sepultador, como é mais conhecida, exige qualificação na área da construção civil e aptidão para lidar com urnas funerárias. A incumbência dele começa quando recebe autorização para sepultar uma pessoa. Na sequência, se a gaveta do túmulo tiver com outro corpo, o sepultador vai abri-la, na presença de algum familiar responsável ou através de uma autorização por escrito de um parente mais próximo do falecido. Do contrário, é apenas preparar o local para o enterro de acordo com as normas.
Seguida, recolher os restos mortais, colocá-los em um recipiente próprio, lacrar e fixar com uma placa com os dados da pessoa em vida e após a morte. O correto é colocar a ossada na parte posterior ou nas laterais da gaveta, e em seguida a urna com o falecido. Do contrário, se não couber ou o membro da família autorizar, o material será depositado no Ossuário do Cemitério. Para finalizar o trabalho da ação fúnebre, o coveiro lacra a gaveta.
Para o presidente do Lar São Vicente de Paulo, Arlan Bueno Pedro, o salário e a carga horária são compatíveis com a função e baseados no valor do piso determinado pelo sindicato dos trabalhadores em cemitérios, porém, a dificuldade das pessoas se firmarem como funcionário está ligada a outras tarefas. “Quando não há sepultamento, o coveiro vai cuidar da limpeza das ruas do cemitério, executar varrição, manutenção, reparos em jazigos e outras tarefas pertinentes às suas obrigações”, explicou.
Outro problema relatado pelo presidente é a quantidade de enterros que acumula em determinados dias. “Como temos quatro funerárias em Passos, já teve até sete corpos para serem posicionados nas gavetas em diferentes pontos dos dois cemitérios, sobrecarregando os sepultureiros de plantão, que normalmente não passam de três, entre 7h e 19h, de segunda a domingo. Por outro lado, já aconteceu de ter um, dois ou nenhum no horário normal de expediente de trabalho”, ressaltou Arlan.
O Lar dos Idosos da SSVP tem como fonte de renda, além dos dois cemitérios, o aluguel do hotel na margem da Rodovia MG-050, saída para Itaú de Minas, e o Plano Funerário BomPasso