FJP diz que Passos pode não ‘virar’ Ribeirão

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FJP diz que Passos pode não ‘virar’ Ribeirão


 

As ambições otimistas do prefeito Diego Oliveira de que Passos se transformará em uma nova Ribeirão Preto, referência econômica e urbana no interior de São Paulo, com cerca de 728 mil habitantes, foram torpedeadas pelas recentes projeções da Fundação João Pinheiro (FJP). Em sua posse para o segundo mandato, em janeiro, o discurso do chefe do Executivo indicava que a população de Passos já estaria em 150 mil habitantes.

As previsões

 

Um estudo recente da Fundação João Pinheiro, baseado no Censo 2022 do IBGE, indica que a população de Passos só alcançará 122.033 habitantes em 2042. Pior ainda: a partir de 2047, a população começará a declinar, uma tendência observada em todo o estado de Minas Gerais.

Envelhecimento

 

Esse comportamento reflete o processo de envelhecimento da população, aliado à redução da taxa de natalidade e a possíveis fluxos migratórios.

Declínio

 

O estudo destaca que o estado de Minas Gerais, como um todo, deve alcançar 21,9 milhões de habitantes em 2037. A partir daí, a população começará a diminuir, chegando a 21,7 milhões em 2047. Algumas regiões, como Barbacena, Juiz de Fora e Pouso Alegre, já apresentarão declínio populacional a partir de 2032, enquanto outras, como Montes Claros, manterão crescimento até o final do período projetado. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por outro lado, cidades de médio porte, como Esmeraldas, Sarzedo e Nova Lima, estão entre as que mais crescerão até 2047.

Planejamento

 

A FJP enfatiza que essas projeções são ferramentas cruciais para o planejamento de políticas públicas. Elas auxiliam na previsão de demandas em áreas como saúde, educação, habitação e saneamento, além de orientarem estratégias para lidar com o envelhecimento populacional e a redução da população em idade ativa. Por exemplo, o estudo sugere medidas como incentivos fiscais e melhorias em infraestrutura para reter populações em suas cidades de origem e reduzir migrações indesejadas.

Possibilidades

 

Nesse mundo onde tudo é possível, para que as projeções populacionais do prefeito se concretizem, algumas possibilidades precisariam se materializar. Uma delas seria uma queda drástica na população de Ribeirão Preto, em contraste com o crescimento de Passos. No entanto, isso parece improvável no curto prazo. A população atual de Ribeirão Preto, com base nas estimativas mais recentes, é de aproximadamente 728.400 habitantes em 2024. Esse número reflete um crescimento gradual nos últimos anos, embora menor do que o projetado anteriormente.

O teto

 

Para os próximos anos, as previsões indicam que a população de Ribeirão Preto continuará crescendo até por volta de 2030, quando poderá atingir cerca de 730.000 habitantes. A partir de 2040, espera-se uma desaceleração no crescimento, com possibilidade de estagnação ou até leve declínio populacional por volta de 2050. Essa tendência é atribuída ao envelhecimento da população, com taxas de natalidade em queda (atualmente em torno de 1,57 filho por mulher, abaixo do necessário para a reposição populacional) e aumento da longevidade.

Milagre

 

Outra possibilidade seria uma transformação em Passos, com uma revolução promovida pelos administradores públicos nos próximos anos. A ampliação da oferta de serviços, a expansão do mercado de trabalho e os investimentos em infraestrutura seriam fatores essenciais para o desenvolvimento almejado. Esses avanços exigem planejamento estratégico para manter a vitalidade econômica e social, com políticas públicas voltadas para a qualificação profissional e a atração de investimentos, que serão cruciais para mitigar os efeitos do envelhecimento populacional.

Só sonho

 

Enquanto o sonho de se tornar uma “nova Ribeirão Preto” (ouça aqui) permanece no horizonte para o prefeito e seus fiéis seguidores – e eles existem, remunerados ou não –, os números sugerem que a cidade precisará de estratégias inovadoras para superar as barreiras demográficas, algo distante da atual estrutura administrativa municipal. Até porque não existe mandato vitalício.

Quem viver, verá!