Familiares exigem localização de homem que se jogou da balsa no Porto de Guapé
Ocorrência foi registrada no domingo, quando um motorista acionou o carro no meio da travessia
A família de José Eugênio da Silva, vítima de afogamento na tarde do último domingo, dia 5, no Porto de Guapé (MG), se diz angustiada com o desaparecimento do aposentado de 76 anos. Desde a tarde desta segunda-feira uma equipe de cinco mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Passos procura do carro Fiesta, com placas de Alpinópolis (MG), cidade onde ele residia. O corpo estaria dentro do veículo, preso ao cinto de segurança, como foi visto pela última vez ainda com vida na Represa de Furnas.
“Estamos revoltados com as autoridades competentes do governo estadual. Estamos aqui no Porto desde ontem observando os mergulhadores nas buscas, mas tivemos uma péssima notícia. Em razão da profundidade por onde a balsa atravessa, que ultrapassa os 70 metros, e eles não têm equipamentos suficientes para chegar até onde o carro está. Até já foram embora”, lamentou o sobrinho de José Eugênio e vereador eleito em Capitólio (MG), Renato José da Silva, de 55 anos, hoje pouco antes das 16h.
O político afirmou que entrou em contato com os deputados Odair Cunha, federal, e Professor Cleiton, estadual, mas não tinham retornado o contato. “Eu sei que o Odair ligou para o Corpo de Bombeiro em Belo Horizonte, porém não soubemos o que foi conversado. Isso deixa os oito irmãos vivos, sobrinhos e demais parentes é não tomar providências para vir mergulhadores de Belo Horizonte com equipamentos adequados em condições de submergir até encontrar o veículo. Estão falando até trazer um sonar, mas nada de oficial”, contou o irmão Paulo Eugênio da Silva, de 69 anos.
Além dele e Renato, estavam ontem acompanhando os trabalhos do Bombeiros de Passos, Alberico Eugênio da Silva, de 67, outro irmão da vítima. “É obrigação do estado fornecer suporte aos profissionais bombeiros. Custe o que custar. O veículo e o corpo do meu tio têm de ser localizados nem que seja daqui uma semana. O pessoal foi embora e disseram que voltam amanhã, mas quem garante? Eles não têm equipamentos para atingir intensa profundidade como é aqui. Se o governo estadual não tomar providências, vamos cobrar as buscas de forma incessante pela localização do carro e o corpo do meu tio”, afirmou o vereador.
Apesar de diversas tentativas na tarde de ontem, a reportagem não conseguiu contatar os mergulhadores e nem os marinheiros lotados na Delegacia Fluvial da Marinha no Bairro Furnas, em São José da Barra, que estavam oferecendo auxílio aos Bombeiros Militares de Passos.
COMO ACONTECEU
Uma testemunha, que não quis se identificar, relatou com exclusividade ao Observo que José Eugênio chegou na fila de veículos na margem do Lago de Furnas, no município de São José da Barra, e sem avisar furou a fila e embarcou na extremidade contrária de entrada da embarcação. “Me disseram que ele discutiu com o primeiro motorista da fila e depois estava dando dinheiro para as pessoas que estavam na balsa, dizendo não precisar mais de grana. Dado momento, no meio da travessia sentido município de Guapé, a vítima entrou no carro, ligou o motor, acelerou, foi parar na ponta da rampa como se fosse uma gangorra e logo caiu na represa”, contou.
De imediato o piloto da balsa desacelerou, balseiros e passageiros tentaram puxar o veículo, porém sem sucesso. Um homem que estava próximo ao local, pulou na água, quebrou o vidro do veículo, mas o motorista se recusou a sair, vindo a afundar por completo. “Antes disso, outros sete pilotos de jet-ski tentaram fazer com que José Eugênio saísse do carro, mas sem sucesso”, completou a testemunha.
PONTE
Antes da água ser represada após o término da construção da Usina Hidrelétrica de Furnas, entre Barra e São João Batista do Glória, há registros oficiais de que corriam as águas do Rio Sapucaí no mesmo local do fato de domingo passado e totalmente submersa em profundidade superior a 70 metros, uma ponte confeccionada de aço e ferro. Como não foi desmontada, as ferragens intactas ainda estão lá