Expresso Gardênia cogita “vender ativos” e ficar menor

Empresa diz que prejuízos por paralisação de linhas em Minas Gerais são de R$ 4,5 milhões

Expresso Gardênia cogita “vender ativos” e ficar menor
Justiça determinou retorno das operações de companhia que está em recuperação judicial (Reprodução)

A Expresso Gardênia informou na semana que passou que deve “vender ativos”, inclusive negociando patrimônio, parte de frota e transferindo direito de operação de linhas para outras empresas.

A ideia é cumprir o plano de recuperação judicial e honrar compromissos para continuar existindo, mesmo que com menor porte.

Segundo a companhia, os prejuízos pela interrupção da operação de linhas desde abril são de R$ 4,5 milhões e podem chegar a R$ 6 milhões se não houver em breve retomada total.

Algumas linhas foram transferidas gradativamente desde o início da Operação Ponto Final do Governo de Minas Gerais para outras empresas, em caráter temporário, mas em 27 de junho de 2024, uma resolução da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura) suspendeu por 90 dias os 34 contratos da empresa que englobam 78 serviços.

Foram chamadas para operar no lugar da Gardênia empresas como Gontijo, SC Minas, Cambuí e Irmãos Faria. Mas na segunda-feira, 1º de julho de 2024, o juiz Adilon Cláver de Resende, da 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, derrubou

De acordo com magistrado, empresa está em recuperação judicial e não pode ter entradas de recursos comprometidas. Além disso, o prazo de 90 dias foi considerado insuficiente pelo juiz para que a empresa consiga se ajustar. O magistrado recomendou a venda de ativos.

A companhia ainda informou que o total de demissões, que já é de cerca de 200 postos de trabalhos cortados, pode chegar a 400.

Conforme Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes,  a Expresso Gardênia diz que, além de não ter dinheiro para salários, não consegue pagar direitos, como vale-refeição, planos de saúde e tíquetes. Ocorre que os serviços não foram restabelecidos.

A empresa alega que a resolução da Seinfra é ilegal e prejudicada a recuperação judicial. A Seinfra diz que vai recorrer após a notificação judicial, que ainda não ocorreu. Por não ter sido notificada, a secretaria diz que mantém as operações por outras empresas.

Trabalhadores da empresa de ônibus Expresso Gardênia, que teve a suspensão dos 34 contratos de linhas intermunicipais pelo Governo de Minas Gerais, realizaram nesta segunda-feira, 1º de julho de 2024, uma manifestação. Estes 34 contratos englobam 78 serviços.

Os funcionários dizem que desde quando começou a operação Ponto Final, da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura e Logística), que inclusive já havia suspendido algumas linhas e apreendido diversos ônibus, foram demitidos cerca de 200 trabalhadores e, agora, com a suspensão de todos os contratos, mais pessoas devem ser mandadas embora.

O sindicato que representa a categoria diz que quer conversar novamente com a Seinfra para encontraram uma alternativa para os trabalhadores.

A empresa, por sua vez, alega que a interrupção dos serviços não poderia ocorrer porque está em curso um processo de recuperação judicial e que a suspensão das linhas impede a entrada de recursos contrariando este procedimento de recuperação homologado pela Justiça.