Ex-conselheiro diz que vai brigar pela volta à Casmil
Para Renato de Oliveira, o imbróglio que envolve a cooperativa de Passos está longe do fim
A última decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a favor do Conselho Administrativo da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), que tem na sua presidência Leonardo dos Reis Medeiros, causou indignação ao coordenador do Conselho Fiscal, Renato de Oliveira Medeiros, eleito por votação durante a Assembleia Geral Ordinária realizada no dia 26 de setembro deste ano. O descontentamento do dirigente foi causado porque o desembargador Júlio Cezar Guttierrez indeferiu, na última quarta-feira, dia 4, mandado de segurança impetrado pela assessoria jurídica dos conselheiros fiscais da cooperativa. A decisão afetou a liminar concedida no dia 29 de outubro pelo desembargador José Américo Martins da Costa, que havia mantido os efeitos da assembleia realizada no último domingo de setembro.
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Para Renato, a situação é lamentável. “Nessa semana que estivemos acompanhando e auxiliando os conselheiros provisórios, vimos o quanto esse vai e volta da justiça prejudica a empresa. A Casmil não consegue rodar com essa incerteza sobre o que é nulo ou não é. O que eu não entendo é porque uma desembargadora concedeu uma liminar sob uma justificativa inexistente. Um erro na decisão, a falta de atenção, e a demora, podem acabar com a saúde financeira da cooperativa de uma vez por todas”, declarou.
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Renato afirmou ainda que os conselheiros continuarão a lutar pela Casmil, tentando mostrar para a justiça que toda essa bagunça poderá custar a vida da cooperativa. "Cada dia mais a empresa precisa do apoio de todos os produtores rurais. É hora de mostrar que precisamos nos livrar daqueles que estão lá há tantos anos e não conseguem mais enxergar a Casmil, mas somente seus próprios umbigos", disparou.
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Para o coordenador do ex-Conselho Fiscal, o imbróglio que envolve a cooperativa está longe do fim. Após a destituição do Conselho de Administração que tinha Leonardo como presidente da empresa, as ações judiciais que foram promovidas para suspender os efeitos da AGO nº 75 realizada no dia 26 de setembro e para tentar impedir a realização da AGE do dia 31 de outubro continuam andando na justiça. Por outro lado, as ações dos conselheiros fiscais eleitos na AGO 75 também continuaram a caminhar. Após terem sido vencedores, realizando a AGE no final de outubro, passaram uma semana auxiliando e fiscalizando os interventores escolhidos para administrar a Casmil provisoriamente por 30 dias. Os interventores sofreram com a ausência de produtos como ração para vender durante a primeira semana, e até agora, última semana de gestão. Quando haviam acertado a forma de conseguirem administrar, foram surpreendidos na sexta-feira passada com a volta do ex-presidente Leonardo.
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Segundo Renato, os dois interventores já haviam iniciado a construção de pontes importantíssimas para a Casmil, e estavam empolgadíssimos para iniciar um trabalho espetacular de recuperação da cooperativa. Na última sexta-feira de manhã, reuniram-se tele presencialmente com o presidente da Abraleite e seu conselheiro regional, trazendo luz e esperança para os interventores e conselheiros. "A pergunta que fica é: porque essa instabilidade na diretoria da Casmil? O que houve na última sexta-feira? Em conversa com a assessora jurídica dos conselheiros fiscais, Gabriela Amorim Pinheiro, foi explicado que “o que aconteceu foi uma divergência de entendimento entre desembargadores acerca do cabimento de Mandado de Segurança (MS) contra decisão de Maria das Graças Rocha Santos".
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A advogada ainda comentou também que "o que levou a atual diretoria executiva voltar à Casmil na sexta-feira, não foi nenhuma ação que eles promoveram. Foi desembargador relator do MS ao entender que não era cabível tal remédio contra a decisão, diferentemente do desembargador que nos concedeu a segurança no último dia 29", completou.
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A discussão judicial acerca da nulidade da AGO 75 ainda continuará. Segundo Pinheiro, a ação proposta pelos conselheiros fiscais Jéferson Vieira e José Gomes não possui base jurídica alguma para anular qualquer assembleia. “O maior prejuízo em tudo isso é da Casmil, sem sombra de dúvidas. Se a 13ª Câmara Cível do TJMG tivesse observado com cautela o que dispõe o artigo 4º do Estatuto Social da cooperativa, naquela quinta-feira, antes do início do feriado prolongado, nada disso estaria acontecendo", acredita Renato.