Estelionatos cibernéticos caem 15% em Passos

o crime de estelionato cibernético aumentou mais de 76% nos últimos cinco anos em Minas Gerais

Estelionatos cibernéticos caem 15% em Passos
Estelionatos cibernéticos aumentam mais de 76% em 5 anos em Minas Gerais (Reprodução)

Os crimes digitais têm se tornado ameaça constante para os usuários da internet. Em constante alta, o aumento de registros de estelionato cibernético e invasão de dispositivos eletrônicos são alarmantes. Mas em Passos o registro desses casos teve uma redução de 15% no ano passado.

 

Mas segundo a Polícia Civil, o crime de estelionato cibernético aumentou mais de 76% nos últimos cinco anos em Minas Gerais. Em 2023, até junho, a polícia já registrou quase 20 mil casos.

 

Outro crime que tem crescido e também se relaciona com estelionato pela internet, é o de invasão de dispositivos eletrônicos, como celulares e computadores. Em 2022 esse tipo de ocorrência cresceu mais de 62%. Já em 2023 são mais de 3.500 registros desse tipo de invasão.

 

Ainda segundo os dados da Polícia Civil, entre as quatro maiores cidades do Sul de Minas, Varginha registrou o maior aumento de crimes cibernéticos, um crescimento de 136%. Em Pouso Alegre o aumento foi de 47,3%; em Poços de Caldas, de 47,3% e em Passos houve queda de - 15,0%

 

REGISTROS

 

Diariamente uma pessoa é vítima de crimes praticados no meio virtual. No ano passado, por exemplo, foram, em média, 143 estelionatos por dia cometidos pelo Whatsapp e pelo Instagram em Minas Gerais, totalizando 52.512 casos. Além disso, 9.462 ocorrências de invasões de aparelhos celulares, smartphones, tablets e computadores também foram registradas no estado.

 

Segundo o promotor Mauro Ellovitch, coordenador geral do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), um click pode comprometer a vida das pessoas.

 

Além dos estelionatos, praticados por meio das redes sociais e sites falsos, completa Ellovitch, há o "phishing", mensagens enviadas por e-mail, SMS ou aplicativos de trocas de mensagens, contendo links maliciosos.

 

"Ao clicar nesses links, que também solicitam dados pessoais, os criminosos podem ter acesso a informações importantes e praticar outros crimes", explica o coordenador do Gaecibir.

 

Veja como se prevenir dos criminosos:

Não compartilhar informações sensíveis, como endereço residencial, rotina dos filhos, relações de parentescos próximos e/ou hábitos sociais nas redes sociais. Isso torna os usuários vulneráveis;

Jamais repassar dados pessoais, como número da carteira identidade ou CPF, por meio das redes sociais, para qualquer tipo de instituição. O recomendável é procurar os canais oficiais e conferir sobre as solicitações;

Não fazer repasses de valores para pessoas, mesmo que se identifiquem ou ainda pareçam ser familiares, sem antes confirmar que aquela pessoa é quem se identifica ser. Nessa caso, a orientação é fazer uma ligação telefônica ou uma vídeo chamada para se resguardar;

Os pais devem monitorar o uso de internet feito pelos adolescentes, instruindo e conscientizando sobre os riscos, além de limitar as relações, considerando amigos e/ou seguidor nas redes sociais.

Os adolescentes não devem ter rede social aberta, ao contrário, devem ser fechadas para que o pais possam verificar com quem está se interagindo.

Ellovitch acrescenta que o Gaecebir também vai investigar crimes de exploração sexual infantil online, que engloba pornografia infantil, assédio à crianças em veio virtual, e até o estupro de vulneráveis.

 

"As fake news também serão alvo, sendo atribuição do MPMG, especialmente as que causam grande impacto, como fake news eleitorais, dentro do contexto estadual, além de crimes de racismo, discurso de ódio, homofobia e apologia ao nazismo dentre outros", destaca o promotor

 

Prejuízo de R$ 32 bi no país

Segundo estatísticas da Global Anti Scam Summit de 2022, as fraudes online correspondem a algo entre 20% e 30% de todos os crimes registrados no planeta. O mesmo estudo estima que menos de 7% das vítimas de crimes cibernéticos chega a registrar ocorrências.

No Brasil, de acordo com estudo da Norton Security, publicado em 2022, cerca de 70 milhões de brasileiros sofreram algum tipo de ataque cibernético, com prejuízo estimado em R$ 32 bilhões.

 

Combate

Segundo o promotor Mauro Ellovitch, o crescimento deste tipo de crime tem ocorrido como consequência natural da migração de atividades econômicas, educacionais e sociais para o meio virtual, bem como da percepção pelos criminosos de que podem obter maiores lucros com crimes virtuais, com risco menor de serem identificados e condenados.