”Espírito do Som” revive Cássia Eller
Nos 20 anos da morte, Cássia Eller tem faixa inédita lançada e ganha homenagem do filho e amigos. Veja o vídeo
Nos 20 anos de sua morte, a cantora Cássia Eller está sendo celebrada nesta semana com o lançamento de “Espírito do Som” — uma composição de Péricles Cavalcanti e Chico Evangelista que Cássia apresentou em voz e violão, em 1985, em Brasília, em show que fazia com a amiga Janete Dornellas. A gravação de 1985 foi recriada com novo instrumental que está sendo lançado nesta sexta pelo seu filho Chico Chico, numa produção junto com o violonista Rodrigo Garcia (que fez parte da banda da mãe) e o pianista Pedro Fonseca.
Cássia, que estaria completando 59 anos nesta sexta, 10, morreu em 29 de dezembro de 2001, no auge da popularidade com o CD e DVD “Acústico MTV” (que viria a vender mais de um milhão de cópias), de infarto do miocárdio. A dor e a perplexidade foram experimentadas por muitos, mas de forma mais trágica pela mulher de Cássia, Maria Eugenia (que, naquele momento, estava em Brasília com o filho das duas, Francisco, então com 8 anos) e o parceiro musical e grande amigo Nando Reis, que recebeu a notícia em casa, em São Paulo.
“Foi um choque, a minha sobrinha que avisou. Ainda tive tempo de pegar a última ponte aérea para o Rio, e foi aos prantos que eu pedi a última vaga para o voo”, conta Nando, que na noite da última quarta-feira se juntou a Lan Lanh (percussionista da banda de Cássia) e a Chico Chico (o filho da cantora) na festa do Prêmio Multishow, em uma homenagem à amiga, com sucessos como “All Star”, “O segundo sol” e “Relicário”. “Convivo com a memória da Cássia ininterruptamente. Sempre toco nos meus shows as músicas que fizeram parte da nossa história, especialmente “All Star”, que escrevi sobre nós dois. O tempo é a soma de todos os dias, e a cada dia a lembrança dela me impacta mais”, acrescentou.
Sobre o lançamento da nova versão de “Espírito do Som”, Rodrigo conta que como a cantoria dessa música era muito marcante e o violão era muito simplezinho, viu que uma banda poderia botar pressão. Ele isolou a voz de Cássia do registro em fita cassete e montou uma nova versão do blues com uma banda, da qual fizeram parte ele, Chico e Pedro, mais Cezinha (bateria), Kadu Mota (guitarra) e Marfa Kourakina (baixo).
Para Nando Reis, que produziu três discos de Cássia Eller (o “Acústico MTV”, “Com você... meu mundo ficaria completo”, de 1999; e o póstumo “Dez de dezembro”, de 2002), a palavra que melhor poderia definir o que os dois tiveram é “afinidade”. “Nós encontramos um ambiente de conforto, de segurança e de admiração mútua, e nos reconhecíamos na forma com que vivíamos e como víamos nossa profissão. Havia a fascinante possibilidade de que aquela troca nos complementasse e nos enchesse de alegria. Era um terreno não só de conforto, mas de prazer. Nunca tivemos qualquer tipo de desentendimento ou dificuldade. Ela se reconhecia na forma com a qual eu escrevia sobre amor, era muito fácil. Tenho um arsenal de memórias ao qual me apego”, lembra.
Veja o clipe de "O Espírito do Som":