Em novembro de 1904 o país registra a Revolta da Vacina

Acontecimento, fatos históricos e a música do dia

Em novembro de 1904 o país registra a Revolta da Vacina
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A MÚSICA DO DIA

Há 120 anos, no dia 11 de novembro de 1904, ocorreu a Revolta da Vacina. A música do dia, de Angela Ro Ro, é ‘Gota de Sangue’, de sua autoria

 

 

 

Em novembro de 1904 o país registra a Revolta da Vacina

 

 

Charge retratando o cientista Oswaldo Cruz como "esfolador" do Zé Povo (Reprodução)

 

A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a obrigatoriedade e os métodos de aplicação da vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro de 1904. Ela ocorreu num contexto de reformas sanitárias na cidade, lideradas pelo médico Oswaldo Cruz, que propôs a vacinação obrigatória para tentar impedir a disseminação da doença.

Os enfrentamentos envolvendo a população, agentes de saúde e a polícia duraram 6 dias e resultaram em depredações, prisões e o fim da vacinação obrigatória.

Quando Rodrigues Alves assumiu a presidência em 1902, o Rio de Janeiro enfrentava sérios desafios sanitários. Então capital do país, a cidade sofria com ruas estreitas e mal ventiladas, má gestão do lixo, moradias precárias e uma saúde pública ineficaz.

Dessa maneira, as doenças se espalhavam rapidamente. Para além do vírus da varíola, proliferavam-se ratos e mosquitos, transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela.

Decidido a modernizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública. Assim, teve início uma ambiciosa reforma urbana no Rio de Janeiro, com alargamento de ruas e avenidas, enquanto também eram elaboradas medidas para o combate às doenças.

As iniciativas de reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, afetavam as camadas mais pobres da cidade. Estes foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos para alargamento de ruas e construção de prédios públicos.

A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para moradias ainda mais precárias nos morros, incrementando o crescimento das favelas. Como outro resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço, deixando a população cada vez mais indignada.

Por sua vez, para solucionar a crise sanitária, era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças, junto com o lixo acumulado pela cidade. Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores, que visavam conseguir uma renda extra. Devido às fraudes, o governo suspendeu a recompensa pela apreensão dos ratos.

Outra medida adotada foi a criação dos guardas “mata-mosquitos”, que circulavam pelas ruas e entravam nas casas para combater a proliferação desses insetos.

O médico Oswaldo Cruz(1872-1917), contratado para solucionar a crise da saúde pública, impôs nesse contexto a vacinação obrigatória contra a varíola para todo brasileiro com mais de seis meses.

Políticos, militares de oposição e boa parte da população da cidade se opuseram à medida. Além da falta de esclarecimentos sobre a vacina, essa e outras ações de saneamento eram realizadas de forma autoritária, com invasão das casas pelos agentes sanitários acompanhados da força policial.

Ademais, num tempo em que as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como "imoral". Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada. A imprensa não perdoava Oswaldo Cruz, publicando charges ironizando a eficácia do imunizante. Agitadores incitavam a massa urbana a enfrentar os funcionários da Saúde Pública que, continuava a invadir as casas e vacinar as pessoas à força. Os mais radicais pregavam a resistência à bala, alegando que o cidadão tinha o direito de preservar o próprio corpo e não aceitar aquele líquido desconhecido.

O descontentamento se generalizou, somado aos problemas de moradia e ao elevado custo de vida, resultando na Revolta da Vacina Obrigatória.

Entre 10 e 16 de novembro de 1904, as camadas populares do Rio de Janeiro saíram às ruas para enfrentar os agentes da Saúde Pública e a polícia.

O centro do Rio de Janeiro foi transformado numa praça de guerra com bondes derrubados, edifícios depredados e muita confusão na Avenida Central (atual Avenida Rio Branco).

A revolta popular teve o apoio de políticos e militares que tentaram usar a massa insatisfeita para derrubar, sem sucesso, o presidente Rodrigues Alves.

Por fim, o movimento rebelde foi dominado pelo governo, que prendeu e enviou muitas lideranças em degredo (exílio forçado) para o Acre. Em seguida, a Lei da Vacina Obrigatória foi modificada, tornando facultativo o seu uso. (Fonte: professor Luca Pereira)

 

OUTROS EVENTOS HISTÓRICOS DO DIA

 

-1675: Gottfried Wilhelm Leibniz, um proeminente polímata e filósofo alemão, demonstra o cálculo integral pela primeira vez para determinar a área sob o gráfico de y=f (x)

 

-1889: O Estado de Washington é admitido como 42⁰ estado dos Estados Unidos

 

-1918: Primeira Guerra Mundial: a Alemanha assina um acordo de armistício com os Aliados em um vagão na floresta de Compiègne. Inicia-se o período entreguerras

 

-1941: Inicia-se a produção do Jeep pela Willys Overland

 

-1981: Antígua e Barbuda são admitidas como Estados-membros das Nações Unidas

 

DATAS COMEMORATIVAS

Dia das Cataratas do Iguaçu

Dia do Armistício

Dia do Material Bélico da Aeronáutica

Dia dos Veteranos de Guerra (EUA)

Fim da Primeira Guerra Mundial (1918)

Dia de Santa Mena.

Dia de São Martinho de Tours.

Dia de São Valentin.

Dia de São Feliciano.

Dia de São Verano.

Dia de São Cristiano.