Em 4 dias, números da dengue em Passos chegam a 2.686
Plano Municipal de Arboviroses, que poderia evitar a proliferação do aedes, não está sendo cumprido desde o ano passado
O número de casos prováveis de dengue em Passos subiu de 2.363 para 2.686 em 4 dias. Na região, com alta de 18% no perído, o registro ultrapassou 4 mil casos prováveis de dengue nesta semana. Segundo boletins divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), as notificações subiram de 3.568, no dia 23 deste mês, para 4.207, nesta segunda-feira, 27.
Entreos 27 municípios sob jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS-Passos), apenas Doresópolis, Ibiraci e São Roque de Minas não tiveram registro da doença neste ano. De acordo com a SES, a região também tem nove casos prováveis de chikungunya, sendo cinco em Piumhi, um em Capitólio, um em Pimenta, um em Claraval e um em Pratápolis.
Passos, que teve aumento de 13,7% no número de notificações nos últimos quatro dias, é a cidade com maior número de casos no Sul de Minas e a segunda no estado, atrás de Montes Claros (7.264). Na última sexta-feira, o prefeito Diego Oliveira decretou situação de emergência em saúde devido à infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e zika.
Além de Passos, as notificações de dengue também aumentaram na maioria dos municípios da região. Capitólio, com 551 casos prováveis de dengue, é a segunda cidade com maior número, seguida por São Sebastião do Paraíso (362) e Itaú de Minas (335), municípios da região com mais de cem registros desde o início do ano.
FALTOU PREVENÇÃO
Na Reunião da Comissão de Saúde da Câmara de Passos, realizada na semana passada, a Superintendência Regional de Saúde apresentou os dados que comprovam uma das principais causas da explosão da dengue na cidade: houve deficiência nas visitas domiciliares por parte dos agentes de zoonoses.
Mostrou-se que Passos tem 32 pontos estratégicos que precisam ser visitados a cada 15 dias, totalizando 64 visitas ao mês. Ficou comprovado que em 2022, a meta não foi atingida em nenhum mês. Em 2023, até o dia da apresentação, nenhum ponto estratégico tinha sido visitado.
As visitas domiciliares que precisam ser realizadas a cada 2 meses, a meta é de 80% de visitas domiciliares por bimestre. De 6 bimestres em 2022, em 4 bimestres a meta não foi atingida.
O Plano Municipal de Arboviroses não está sendo totalmente cumprido. Apurou-se ainda que os terrenos da prefeitura em muitos locais estão com matos altos e entulhos. As multas para terrenos particulares que estão sujos, são muito baixas. A prefeitura prometeu enviar o projeto de lei para a Câmara, mas até o momento não tinha sido enviado.