Em 2018, eleitor mineiro só se definiu na reta final da campanha

Em setembro de 2018, pesquisas apontavam vitória folgada de Anastasia para o Governo e de Dilma para o Senado

Em 2018, eleitor mineiro só se definiu na reta final da campanha
Candidatos fazem campanha em Passos sem vinculação com os cabeças de chapa (Reprodução)

O ex-governador Hélio Garcia dizia que a eleição só começava para valer depois da “parada de Sete de Setembro”. Como lembrava neste final de semana o jornalista mineiro Paulo Cesar de Oliveira, no entendimento da velha raposa política mineira é a partir daí que o eleitor começa a se interessar pelos candidatos e a prestar atenção ao que eles falam e a analisar o comportamento de cada um. Em uma eleição polarizada, onde tudo parece estar decidido, se o ex-governador estiver certo, o eleitor ainda pode surpreender nas urnas. É o que aconteceu nos últimos pleitos eleitorais também em Minas Gerais.

 

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Que o diga o atual governador Romeu Zema, que de desconhecido virou governador, e a ex-presidente Dilma, que dava como certa a sua eleição para o Senado e amargou com um quarto lugar. No dia 7 de setembro de 2018, na primeira pesquisa Datafolha após o início do horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, o então candidato Antonio Anastasia (PSDB) seguia na liderança, com Fernando Pimentel (PT) em segundo lugar. Em comparação à pesquisa anterior, de agosto, ambos apresentaram oscilações em seus índices de intenção de voto. O tucano passou de 29% para 32% e o petista de 20% para 22%. Naquela época, com menos de 30 dias de antecedência da eleição, Romeu Zema (Novo) tinha 5% (mesmo índice de agosto), Adalclever Lopes (MDB) que substituiu Marcio Lacerda (PSB) tinha 2%, mesmo índice de João Batista Mares Guia (REDE) (tinha 3%).

 

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E ainda segundo o experiente jornalista, o atual quadro em Minas está prejudicando a campanha do ex-presidente Lula. Isso porque as pesquisas de intenção de votos detectaram que um a cada três eleitores que votam nele, prefere Zema como candidato ao governo de Minas. A questão é mais acentuada no interior do estado e nas prefeituras que sofreram com a administração do PT no estado, principalmente entre os servidores estaduais. Os ex-prefeitos também não esqueceram das retenções dos recursos constitucionais feitas na administração petista, que levaram a uma grave crise financeira, com cortes de serviços, atrasos nos salários dos servidores e no pagamento de fornecedores.

 

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Em Passos há uma grande evidência disso: tanto os candidatos aos cargos de deputado estadual quanto a federal, mesmo integrando a “federação” que apoia Lula e Kalil, não estão nem citando os dois candidatos. Ao contrário, um deles chega a participar de eventos em defesa de Bolsonaro e Zema. E pede encarecidamente aos amigos e correligionários que evitem a divulgação das peças publicitárias que o envolvem com Lula e Kalil. Já os seus concorrentes, tanto estaduais quanto federais, usam e abusam eleitoralmente das bandeiras de Bolsonaro e Zema em suas campanhas.