Diretoria procura conhecer situação da Casmil para iniciar processo de recuperação
Remuneração do presidente, que caiu de 25 para 6 salários mínimos, ainda não foi paga
Quase 2 meses depois de assumir a presidência do Conselho de Administração, o ruralista Renato de Oliveira Medeiros ainda não tem ideia da situação financeira da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil). Nesses primeiros dias da administração, as primeiras medidas tomadas: a contenção de gastos e o pagamento dos 47 funcionários, fornecedores, impostos e as despesas mensais para que a empresa inicie um processo de recuperação da crise financeira.
“Não é fácil, em apenas um mês à frente de uma cooperativa que declinou vertiginosamente há alguns anos em razão dos atos das gestões anteriores, que geraram danos graves e que necessitam de medidas tomadas de forma cautelosa, dar um parecer sobre sua situação. Ainda não temos a dimensão da dívida total da Casmil. Isso demanda tempo e a realização de uma auditoria. Por enquanto, estamos a passos lentos e com muito cuidado para não perder tempo, fazer um bom trabalho e não deixar piorar ainda mais”, declarou Renato.
O primeiro mês de remuneração do presidente, seis salários mínimos, e do vice, quatro, ainda não foi pago por falta de dinheiro. Na administração anterior da cooperativa, só o principal gestor, que ocupava o cargo de Diretor Presidente, recebia 25 salários mínimos (cerca de R$ 30 mil – quase o dobro do que ganha o prefeito de Passos), valor que hoje custeia toda a folha da diretoria executiva e conselhos. A nova política de vencimentos dos principais dirigentes foi aprovada na AGE do dia 28 de novembro do ano passado.
A principal receita mensal da Casmil continua sendo a fábrica de ração Radar, mas o valor e a quantidade de produção diária não foram revelados. A cooperativa ainda possui alguns negócios em andamento, como o posto de combustíveis e a loja da venda de rações de São João Batista do Glória; além disso, possui o aluguel do imóvel da loja agro veterinária e do posto de combustíveis em Passos, bem como a loja de ração em Alpinópolis.
Renato afirmou que ainda é muito cedo para discutir investimentos da Casmil. “Apesar de desejarmos investir e organizar tudo de uma vez, ainda estamos no início, deixar a casa em ordem, principalmente financeiramente, e isso vai levar meses e meses. Há contratos com empresas parceiras, mas é necessário estudar a viabilidade de cada negócio individualmente. A cooperativa está aberta aos cooperados e aos ex-cooperados, bem como a outras empresas para conversar, colher sugestões e fazer parcerias”, diz o presidente. Ele ressaltou ainda que as instalações da antiga fábrica de lácteos e captação de leite cru precisam passar por uma completa reestruturação, mas no momento os recursos são insuficientes.