Dia dos Queijos Artesanais de Minas será comemorado nesta quinta

Entidades desenvolvem ações e projetos voltados para o reposicionamento de mercado das regiões e a valorização da identidade da origem

Dia dos Queijos Artesanais de Minas será comemorado nesta quinta
A produção do queijo artesanal envolve mais de 30 mil famílias em Minas (Divulgação)

Nesta quinta-feira, 16, é comemorado o Dia dos Queijos Artesanais de Minas, data oficializada, há sete anos, pela Lei Estadual 22.506. A produção da iguaria envolve mais de 30 mil famílias no estado, de acordo com o último levantamento da Emater. Para valorizar cada vez mais os Queijos Artesanais de Minas, o Sebrae Minas tem desenvolvido e apoiado projetos e ações para fortalecer as regiões produtoras e melhorar a gestão dos pequenos negócios rurais para que se tornem mais competitivos no mercado.

Atualmente, 15 regiões no estado produzem queijos artesanais a partir do leite de vaca cru (in natura) e sem nenhum processo mecânico/industrial. Entre a variedade de produtos estão: o Queijo Minas Artesanal, o Requeijão Moreno, Vale do Suaçuí, queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha, Alagoa e Mantiqueira de Minas.

 O Queijo Minas Artesanal (QMA), é o tipo de queijo artesanal mais produzido no estado, também feito a partir de leite cru, em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, que preservam a identidade cultural do povo mineiro.Hoje, 10 regiões produzem o QMA: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro.

Ao longo dos anos, o Sebrae Minas tem trabalhado para garantir a qualidade, identidade e origem dos queijos mineiros. Uma das principais ações é a criação da marca território que identifica a origem dos queijos locais. O objetivo é agregar valor e impedir que outros queijos de características semelhantes se apropriem indevidamente da origem do produto.

“O reconhecimento de regiões produtoras delimita as áreas de produção e permite que os produtores se organizem e direcionem ações para a conquista de novos mercados. Ao mesmo tempo, viabiliza o apoio de instituições e entidades de fomento e extensão rural. Além disso, a notoriedade do queijo e as características de cada região permite que consumidor passe a valorizar não só o produto em si, mas as histórias e tradições de onde ele é originado”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

Os produtores também recebem orientações sobre a importância do trabalho em grupo e do associativismo. Além disso, têm reformulando suas práticas de produção, com os devidos cuidados sociais e sanitários, aprimorando a gestão de seus negócios. “O Sebrae Minas tem sido importante na organização da base produtiva, fortalecendo as associações regionais de produtores, no apoio à melhoria da qualidade dos produtos e na gestão das propriedades, na maioria pequenos negócios familiares. O resultado se reflete no aumento do faturamento médio dos produtores, na inserção de novos mercados e no desenvolvimento econômico das regiões”, explica Marcelo Silva.

 

Reconhecimento

O processo de preparo do Queijo Minas Artesanal (QMA) permanece praticamente o mesmo desde o século XVIII, graças ao conhecimento familiar transmitido entre gerações. Para preservar essa tradição e garantir a qualidade do produto, o saber fazer da produção do QMA tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2008. No final deste ano, o 'modo de fazer' do Queijo Minas Artesanal poderá ser reconhecido internacionalmente com o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A candidatura é apoiada pelo Sebrae Minas.

“A conquista do título dará mais visibilidade aos saberes e técnicas que envolvem a produção dos queijos artesanais mineiros, assim como às regiões produtoras, valorizando a gastronomia, a cultura e o agronegócio mineiro, potencializando, ainda, os empreendimentos associados ao turismo e o desenvolvimento econômico dos territórios”, justifica o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas.

Três regiões produtoras de queijo no estado, já conquistaram o registro de Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), conferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). São elas: Serro (2011), Canastra (2012) e Cerrado (2023). A chancela reconhece a autenticidade dos queijos produzidos em determinada região, valorizando a cultura e a tradição local, impulsionando o desenvolvimento econômico do território, fortalecendo a reputação regional e criando mais um diferencial competitivo para o mercado.

Nos últimos dois anos, as regiões do Serro e da Canastra receberam apoio do ALI Indicação Geográfica (IG), iniciativa do Sebrae que auxilia as governanças locais a encontrarem soluções inovadoras para questões práticas da gestão do território. O objetivo é inovar e melhorar os processos de gestão das Indicações Geográficas, considerando sua regulamentação, controle, proteção e promoção. O programa é iniciado com um diagnóstico que identifica os principais desafios e gargalos da IG.

Além do queijo, o ALI Indicação Geográfica já atendeu gratuitamente mais de 400 produtores mineiros nos segmentos de apicultura, café, fruticultura e olericultura.

 

Festival

O Sebrae Minas e o Sistema Faemg Senar promovem, entre os dias 13 a 15 de junho, a sexta edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas (FQAM). O evento é realizado no Expominas, em Belo Horizonte. A programação do festival é voltada tanto para produtores de queijo quanto para apreciadores da iguaria. Entre as atividades, palestras e seminários técnicos, oficinas de harmonização, Agenda de Relacionamento, concurso do melhor queijo, venda de produtos da agroindústria mineira, além da degustação de pratos preparados por chefs renomados, que utilizarão os queijos produzidos no estado como ingredientes principais.