Denúncias de racismo estão sendo apuradas em Passos
Funcionário de escola municipal é acusado de agredir colega e, na UEMG, aluno xingou funcionária
Dois casos de racismo foram destaque na semana que passou: na Prefeitura, uma auxiliar de limpeza do programa municipal de alimentação escolar teria sido vítima de ato racista durante o trabalho. Já na Faculdade de Direito da unidade de Passos da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, o Conselho Departamental votou, com unanimidade, pela expulsão de um aluno acusado dessa prática.
No primeiro caso, a Polícia Militar foi chamada para atender uma mulher, de 43 anos, que contou que estava no local de trabalho quando, segundo ela, sem nenhum motivo, um homem, de 38, que também é funcionário da escola, começou com ofensas. De acordo com ela, ele teria chamado a mulher de macaca. Ela também contou para a polícia que o homem chegou a pegar um instrumento parecido com um machado pequeno e ameaçou agredi-la.
A PM fez buscas pelo suspeito, mas ele não havia sido localizado até esta publicação. Em nota, a Prefeitura de Passos informou que está ciente do que ocorreu entre os servidores e que presta apoio à mulher. O funcionário, conforme a prefeitura, foi suspenso do trabalho.
Já na quarta-feira, 13, o Conselho Departamental da UEMG, unidade Passos, votou, com unanimidade, pela expulsão do aluno do curso de Direito da instituição, Jonny Leonardo Cunha, depois do órgão discutir sobre os supostos casos de racismo, como associar uma pessoa negra e funcionária da UEMG com a imagem de um “macaco”, fazer apologia ao regime nazista durante as aulas e ser denunciado por assédio e importunação contra alunas e funcionários(as).
A recomendação de expulsão do acusado seguirá em tramitação no Conselho Universitário da UEMG em Belo Horizonte, com a reitoria, que decidirá pela expulsão ou não. A depender da decisão, Jonny pode ser banido de todas as unidades da UEMG.
Os supostos crimes aconteceram ao longo do ano de 2023 e também são alvo de investigação da Polícia Civil mineira e do Ministério Público. Segundo fontes que preferiram não se identificar, Jonny já pegou no cabelo de uma das vítimas, dizendo que ela deveria alisar por “estar parecendo uma vassoura”, também já disse que nariz de pessoas pretas são como narizes “de macaco” e já chegou a elogiar Adolf Hitler e sua ideologia nazista em sala de aula, chegando, inclusive, a reproduzir a saudação nazista. Segundo as mesmas fontes, Jonny é “extremamente misógino” e já foi homofóbico contra uma dessas fontes, além de andar com um punhal.
Depois dos incidentes, o aluno disse para as vítimas que ele teria cometido injúria racial e não racismo, e que o máximo que aconteceria com ele é ter de pagar uma multa.