Degustador cassiense José Augusto gera maior rentabilidade para o café

Classificação correta da qualidade do produto é importante para setor produtivo e garante maior rentabilidade

Degustador cassiense José Augusto gera maior rentabilidade para o café
O cassiense Naves venceu o  Brasileiro de Cup Taster; em junho, ele irá para World Off Coffee (Reprodução/EPTV)

A classificação bem feita dos cafés especiais e o direcionamento correto aos nichos de mercado são partes importantes do processo de produção do grão e que vão garantir maior rentabilidade aos cafeicultores. Nesta etapa, a participação dos Q-Grader, para arábica, e R-Grades, para o café conilon, é fundamental. Estes profissionais são os responsáveis pela qualificação de cafés do Brasil e do mundo.

O mineiro José Augusto Oliveira Naves, nascido em Cássia e morador de Varginha, no Sul de Minas, é um desses profissionais. Naves, que tem mais de 20 anos de experiência, venceu o Campeonato Brasileiro de Cup Taster, um dos maiores concursos de degustação de cafés que é promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA). Com a vitória, o degustador representará o Brasil no World Off Coffee, em Atenas, na Grécia, campeonato que será em junho deste ano.

Segundo declarações de Naves ao “Diário do Comércio”, de Belo Horizonte, a classificação correta da qualidade dos cafés é importante para o setor produtivo, já que a seleção dos melhores agrega valor. Além disso, com o conhecimento das características buscadas pelos diversos mercados, é possível direcionar a bebida a compradores mais adequados, o que também gera maior ganho. 

“O degustador classifica o café fisicamente para trabalhar, faz a análise sensorial, a seleção da torra, a moagem até a prova. Ele é o profissional que avalia um ano de trabalho no campo para a produção do café. É uma responsabilidade muito grande definir, por critérios e protocolos, a qualidade do café, selecionando o café commodities e direcionando o de qualidade para mercados mais adequados. O café classificado como especial terá preços melhores e, essa seleção feita de forma correta traz maior rentabilidade”.

Ainda segundo Naves, para ser um degustador é preciso ter habilidade e se dedicar muito à carreira. O profissional é responsável por determinar o nível de qualidade. Para ser classificado como especial, o café tem que obter pelo menos 80 pontos na prova de xícara. Para ser, raro são necessários 90 pontos.

“Os degustadores de café estudam muito e tem papel importante para também levar o produto brasileiro a outro patamar. Ele investe e treina para avaliar os café e ajudar o produtor a lapidar o café”.

Há mais de 20 anos na profissão, Naves explica que a produção de cafés no Brasil e em Minas Gerais, Estado que é o maior produtor, evoluiu muito e que o uso de tecnologias tem permitido grandes avanços em qualidade e conquista de mercados que pagam preços diferenciados.

“A cafeicultura do Brasil evoluiu muito. Com investimento, a tecnologia aplicada na produção é uma das mais avançadas do mundo. Minas e Brasil evoluíram muito no quesito da busca pela melhoria da qualidade dos cafés. Se antes, o Brasil era visto como um país que produzia e atendia a grande massa do mundo, hoje a gente vê que o Brasil – devido aos processos adequados – consegue produzir cafés de alta qualidade, que são ganhadores de concursos. Com isso, o País passou a atender e vender para mercados que pagam um diferencial muito grande pelos grãos especiais”.