Deadpool & Wolverine, no Roxy, o filme que fãs da Marvel queriam
Depois de descobrir que sua linha temporal está ameaçada, Deadpool precisa encontrar um novo Wolverine em algum outro multiverso
Deadpool & Wolverine é o curioso caso do filme de herói pós-moderno que, ao mesmo tempo, tenta desconstruir o gênero, fazendo tolas piadas metalinguísticas, mas, no fundo, não consegue fugir da cartilha que dita esse tipo de produção. Sua abundância de referências volta sempre a si mesmo, tentando passar-se por mais esperto do que realmente é.
Dirigido por Shawn Levy, o filme parte de um roteiro escrito por cinco pessoas, entre elas, o diretor e o protagonista Ryan Reynolds. O fiapo de narrativa que tenta amarrar as supostas piadas é tão tolo quanto pueril e esquecível. Mais ou menos gira em torno de diversas linhas temporais, nas quais existem as mesmas pessoas em vidas diferentes. Nessa, Wade Wilson/Deadpool (Reynolds) trabalha numa loja de carros usados, sentindo-se infeliz por ter perdido seu grande amor, Vanessa (Morena Baccarin). Durante uma festa de aniversário com seus poucos amigos, essa linha do tempo está prestes a ser destruída.
Levado à Autoridade de Variância Temporal, ele encontra o monitor Paradoxo (Matthew Macfadyen), e descobre que o equilíbrio da linha temporal dele depende de uma Âncora, no caso, Logan/Wolverine (Hugh Jackman), que morreu (no filme de 2017). Para restabelecer o equilíbrio, Deadpool precisa pular de linha do tempo em linha do tempo em busca de um Wolverine para substituir o perdido.
Basicamente, não tem muita novidade e narrativa não é forte do filme – nem a intenção. Tudo isso é apenas uma desculpa para uma enxurrada de piadas metidas a espertinhas envolvendo de tudo: da venda da Fox para a Disney a Mad Max, passando por vários personagens da Marvel – em especial, alguns já esquecidos.
O caldeirão de referências é mesmo para fazer a alegria dos iniciados e das iniciadas, ou mesmo para que eles ou elas vejam novamente o filme para pegar todas. Personagens descartados dão o ar da graça numa espécie de limbo onde Deadpool & Wolverine vão parar, lá encontrando Cassandra Nova (Emma Corrin), a irmã malvada do professor Xavier, que domina esse mundo e destrói antigos heróis.
É um filme cansativo em sua velocidade que não dá um segundo de respiro ou folga da metralhadora giratória verbal de Reynolds. As menções sexuais ou à cocaína não têm metade da graça que o ator e o diretor tentam atribuir a elas. É, no fundo, um filme vazio, destituído de personalidade, apenas um amontoado de gags que deveriam ser cômicas, e até podem ser para a fanbase. (Alysson Oliveira/Cineweb)
DEADPOOL & WOLVERINE (Deadpoll & Wolverine) EUA, 2024. Gênero: ação. Direção: Shawn Levy. Produtores: Kevin Feige, Ryan Reynolds, Shawn Levy, Lauren Shuler Donner. Elenco: Ryan Reynolds, Hugh Jackman, Morena Baccarin, Rob Delaney, Matthew Macfadyen. Cine Roxy, em Passos, 18h30 (dub) e 21h20 (leg).
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