Cooparaíso avança em sua recuperação com o “Projeto Travessia”

Depois de saldar o pagamento de R$ 57,2 milhões para os produtores de café que tiveram seus estoques de café retidos por bancos e outros R$ 6 milhões de dívidas trabalhistas, a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso) dá continuidade ao Projeto Travessia – de recuperação total da instituição, com o pagamento de dívidas tributárias, fornecedores e instituições financeiras.

A atual diretoria sempre demonstrou preocupação com os cafeicultores e funcionários durante a grave crise financeira aflorada em 2015. Nos últimos sete anos, com a implantação desse Projeto, o primeiro passo foi estabelecer parceria com outra cooperativa, que possibilitou o pagamento para os produtores de café e para os funcionários.

Para a diretoria, liderada pelo presidente Luiz Sérgio Marques, a preocupação social sempre foi tema prioritário nas reuniões e nas tentativas de solucionar a crise financeira, que chegou a uma dívida de mais de R$ 200 milhões com fornecedores, bancos e cooperados.

Para atravessar esse momento, o Projeto Travessia  criou diretrizes a fim de minimizar os prejuízos financeiros dos cooperados; pagar todas as dívidas da Cooparaíso; ter uma cooperativa de referência para atender bem as demandas de todos os produtores da região e fomentar a cultura do cooperativismo.

PARCERIA

Uma das soluções encontradas foi a parceria com outra cooperativa, que alugou os imóveis da Cooparaíso e passou a atender os seus associados e outros produtores. De 2015 a 2022, esse aporte financeiro possibilitou o pagamento de R$ 57.224.083,00 para 711 cooperados, que tiveram seus estoques de cafés retidos por bancos, devido a dívidas contraídas pela Cooparaíso.

Entre os 344 funcionários, rescisões e ações trabalhistas foram quitadas e 111 funcionários foram contratados pela parceira. Essa absorção dos trabalhadores evitou muitos desempregos e girou a economia local.

Essas ações demandaram tempo para serem administradas, mas evitaram uma maior crise social e financeira, na avaliação do presidente Luis Sérgio. Segundo  ele, os impactos do fechamento da Cooparaíso seriam imensuráveis para a região, diante de toda a cadeia de produção atendida, desde a produção de mudas à estocagem e comercialização da produção do cooperado, passando pelas atualizações técnicas, fornecimento de crédito e relações mais próximas com seus cooperados e seus familiares.

“O fechamento de uma cooperativa deixa o cooperado muito desamparado diante de um mercado oportunista. A cooperativa tem como missão dar ao cooperado oportunidades econômicas e sociais para desempenhar melhor a atividade do produtor e regular o mercado com relação a preço e oferta de produtos. Com esse foco, temos atuado para continuar atendendo nossos cooperados, através de parcerias e com o pagamento das dívidas assumidas”, afirma.

Em 2023, a diretoria continuará as negociações com pagamento das dívidas tributárias, fornecedores e instituições financeiras, que ainda permanecem em aberto.

A Cooparaíso chegou a ser considerada uma das maiores cooperativas de cafeicultores do Brasil, desde que foi fundada no início da década de 1960. Até 2013, chegou a montar 13 filiais completas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, contabilizando mais de 6 mil cooperados, 400 funcionários e capacidade de estoque para 1 milhão de sacas de café de 60 kg