Como saber quando é a hora certa de trocar de smartphone

A temporada de lançamentos de novos celulares está chegando outra vez – aquela época do ano em que empresas como Samsung e Apple nos bombardeiam com reluzentes campanhas de marketing para nos persuadir a trocar de telefone. Esse ciclo mercadológico cria um dilema para muitos consumidores: é hora mesmo de trocar de telefone?

“Precisamos desatrelar a troca de celular a sensações do tipo: ‘Olha, saiu um iPhone novo, agora é o momento de pensar nisso’”, afirmou Nick Guy, redator sênior do site Wirecutter, citado por Matthew Avignone, do The New York Times. “Não há nada de errado em comprar um telefone depois.”

Grande parte dos aparelhos que decepciona seus donos tem conserto. Bateria e armazenamento são duas frustrações que podem ser arrumadas, pois os restantes das funções funcionam.

Se o aparelho está lento ou sua bateria não dura o dia inteiro, uma das soluções mais simples e baratas é substituir a bateria. Lojas autorizadas da Apple substituem baterias de iPhones, e vários técnicos autônomos podem substituir baterias de aparelhos Apple e Android. Substituir a bateria prolonga a vida do celular e acelera a velocidade de processamento. Já que as baterias têm vidas finitas, é recomendado substituí-las a cada dois ou três anos, de qualquer maneira.

Para Denis Aun, da Upcell Celulares (Rua Doutor João Bráulio, 132, em Passos), não tem como definir com precisão a vida útil de um aparelho celular, porém em alguns casos em que estão ocorrendo anomalias em seu hardware ou software, é bom se prevenir para uma troca de aparelho.

“Com a reposição da bateria o usuário poderá utilizar por mais tempo o seu dispositivo. A duração da bateria é o tempo de funcionamento do aparelho até sua próxima carga e vida útil é o tempo que ela dura até precisar ser substituída. Tudo que você faz com seu celular afeta sua duração e vida útil. Os valores de troca giram em torno de dez a vinte por cento do valor do aparelho”, explica Denis.

Ainda segundo ele, nos casos de troca de tela o percentual oscila entre quarenta e sessenta por cento do valor do aparelho e por isso, na maior parte dos casos, os usuários optam pela aquisição de um novo.

ARMAZENAMENTO

Outro problema comum é ficar sem espaço de armazenamento. Um remédio rápido é apagar apps que não usamos mais. No iPhone, a Apple oferece a ferramenta Armazenamento do iPhone, que mostra uma lista de apps que ocupam mais espaço e a última vez que foram usados. O Android tem uma ferramenta similar, chamada Files do Google.

Alguns problemas maiores podem não ter solução fácil. Uma tela quebrada pode custar caro para substituir – em alguns casos, o preço chega próximo ao preço de um novo telefone bem decente. Quando o valor do conserto for mais alto que a metade do preço de um celular novo, pode ter chegado a hora de pensar em trocar seu dispositivo baleado.

SOFTWARE

Fabricantes de telefones lançam regularmente atualizações de software que não apenas acrescentam novas funcionalidades, mas também corrigem problemas de segurança. É melhor considerar trocar de celular quando o aparelho não suportar mais as atualizações de software.

Telefones da Apple conseguem atualizar o software por até cinco ou seis anos – o iOS 15, que chega ainda neste ano, será compatível até com o iPhone 6S, de 2015. Aparelhos Android suportam atualizações de software por menos tempo – cerca de dois ou três anos.

Apesar de atualizações de segurança serem importantes, pode não ser viável para algumas pessoas trocar de celular quando seus aparelhos atuais não conseguirem mais aceitar software novo.

Mas sempre há maneiras de contornar o problema. Apps de combate a programas maliciosos, como Malwarebytes, podem ajudar telefones Android mais antigos. O iPhone também é capaz de executar apps como 1Blocker, que bloqueia anúncios mal intencionados.

VIDA

É importante imaginar como seria a sua vida com um telefone novo. Se um bebê está a caminho e seu telefone só tira fotos borradas, um aparelho com uma câmera melhor provavelmente transformará sua experiência de maneira notável.

Mas, se o uso que você faz do telefone se restringe a funções básicas, como realizar chamadas, enviar mensagens de texto e navegar na internet, um aparelho novo e mais rápido não fará muita diferença. Só no seu bolso.