Como harmonizar vinhos com cada tipo de corte de carne

Leandro D’Kessadjikiam dá dicas de como harmonizar vinhos com alguns cortes de carne

Como harmonizar vinhos com cada tipo de corte de carne
O tipo da uva, o preparo das carnes e as particularidades dos cortes: os detalhes de uma perfeita harmonia (Reprodução)

A experiência de degustar uma taça de vinho é deliciosa, e ela fica melhor ainda quando o vinho harmoniza perfeitamente com o prato que está sendo degustado. Para isso, é fundamental se atentar a dois aspectos relevantes dos vinhos: o corpo, ou seja, se ele é leve, médio ou encorpado; e o tanino, substância presente na casca e na semente das uvas, que influencia no sabor, conferindo certa adstringência. E se a ideia é harmonizar o vinho com cada tipo de corte de carne, é preciso ir além!

“Além das características dos vinhos, é preciso considerar o preparo das carnes e as particularidades dos cortes. Por exemplo, peças mais gordurosas e ricas em proteínas exigem um vinho mais encorpado e composto por uvas mais tânicas. Já opções magras e com sabores leves costumam cair bem com vinhos brancos, com baixa tanicidade”,  explica o sommelier Leandro D’Kessadjikiam à revista GoWhere.

A seguir, o sommelier Leandro D’Kessadjikiam dá dicas de como harmonizar vinhos com alguns cortes de carne:

 

Picanha: “clássico dos churrascos brasileiros, a picanha é um corte bem macio devido à capa de gordura que a envolve. Sendo assim, o equilíbrio adequado pode ser atingido com um vinho com alta acidez, como um Cabernet Sauvignon“, sugere.

 

Filé-mignon: “a principal característica do filé-mignon é a versatilidade. Bastante usado na preparação de strogonoff, rosbife e medalhão, esse corte é muito macio, suculento e com baixo índice de gordura. Se você apostar no clássico filé-mignon ao molho madeira, dê preferência aos vinhos intensos das uvas Grenache. Se a guarnição for delicada, a bebida deve ser leve também, como o Pinot Noir“, recomenda Leandro.

 

Costela: “como esse é um corte bem gorduroso, você pode até pensar que um vinho mais encorpado é a melhor opção. Porém, o tipo de preparo é o que vai definir o caminho da harmonização. Por exemplo, a costela no churrasco é um prato robusto e com a gordura acentuada, então, essa ocasião pedirá mesmo um vinho potente, como o Malbec. Já em um ensopado, o Syrah é a opção ideal para o equilíbrio perfeito, por ser um vinho mais frutado. O mesmo vale para a receita de costela ao molho barbecue, devido ao seu sabor marcante”, indica.

 

Maminha: “possui um sabor suave e uma textura bastante macia. Esse corte é utilizado tanto para peças de churrasco, quanto assados e ensopados. Um vinho tinto mais leve e frutado é a combinação perfeita, principalmente se for feito da uva italiana Sangiovese“, recomenda o sommelier.

 

Carne de porco: “é preciso analisar bem os cortes escolhidos na hora de fazer a harmonização de vinhos, pois trata-se de uma peça com mais gordura. Então, aposte no vinho tinto, como o Merlot ou o Tempranillo. Por outro lado, se a opção escolhida for um corte mais magro, como o lombo suíno assado, as combinações agradáveis ficam por conta de vinhos mais leves, a exemplo do Chardonay branco. Lembre-se de que o molho também conta muito na harmonização”, finaliza.