Comissão já fez a captação de 10 doações de órgãos para transplante em Passos

Só na semana que passou a comissão fez a captação de 5 órgãos em Passos

Comissão já fez a captação de 10 doações de órgãos para transplante em Passos
Comissões funcionam em hospitais de grande porte, como na Santa Casa de Misericórdia de Passos (Divulgação)

Nesta semana que passou, não foram apenas 3, e sim 5, o número de órgãos captados pela equipe de Passos Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante – Cihdott. Na manhã da última quarta-feira uma aeronave do Gabinete Militar do Governador (GMG) decolou para outra missão de esperança. Três órgãos foram captados pela equipe do MG Transplantes na cidade mineira de Passos.

 

No total, foram captados dois rins, coração, pâncreas e fígado, ou seja, foram 5 órgãos ao todo. Os rins captados em Passos foram encaminhados para Pouso Alegre e outro para Itajubá. Não foram captadas córneas devido a contraindicação do Banco de Olhos de BH.

 

As doações de órgãos só são possíveis através do trabalho das equipes das Cihdott. É através desta equipe, que faz a abordagem aos familiares, que a doação é viabilizada e dada a continuidade dos processos de transplante.

 

Como explica um dos integrantes da Comissão, Leonardo Santos Maia, psicólogo clínico e hospitalar do Hospital Regional do Câncer de Passos, a Cihdott é uma comissão permanente de hospitais de grande porte, como a Santa Casa de Misericórdia de Passos.

 

A Comissão funciona com um quadro de 7 membros de formação multidisciplinar (psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e médico). Ela é responsável para auxiliar a equipe hospitalar no processo de identificação da morte encefálica, acolher e abordar os familiares quanto à opção pela doação de órgãos. É de extrema importância o papel da Cihdott dos hospitais do Brasil, pois sem elas não existe transplante de tecidos.

 

Neste ano de 2023, a comissão de Passos já está próxima de completar 10 doações autorizadas só na Santa Casa de Passos, possibilitando a vida de dezenas de pessoas que estão na fila de transplante. Um dado relevante: neste mês de setembro (mês de conscientização da doação de órgãos) a Comissão já conseguiu duas autorizações para doação de órgãos e isso marca 10 órgãos captados e 10 pessoas que saíram da fila do transplante.

 

A comissão é regulamentada pelo Sistema Nacional de Transplantes e que não tem fins lucrativos. Todos os membros que a compõem não buscam retorno financeiro, mas sim a luta por pessoas que aguardam o ato de amor de alguém para poder continuar a viver.

  

Como se tornar um doador de órgãos?

 

Diferentemente do que se possa imaginar, é muito fácil se tornar um doador de órgãos. Não há praticamente nenhuma burocracia envolvida. Não é necessário deixar o desejo registrado em cartório nem em documento algum. Basta que a família da pessoa morta autorize a retirada dos órgãos.

 

Por isso, a principal recomendação do Ministério da Saúde para quem quer se tornar um doador é conversar com os parentes mais próximos, deixando explícito seu desejo de doar.

 

Os órgãos doados são encaminhados para pacientes que precisam de um transplante e estão aguardando em uma lista de espera. A lista é única, organizada por Estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

 

Após o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada pela equipe médica e orientada sobre o processo de doação de órgãos e tecidos. No Brasil, a retirada de órgãos só pode ser realizada após a aprovação da família. Mesmo que a pessoa tenha dito em vida que gostaria de ser uma doadora, a doação só acontece mediante a autorização de parentes.

 

Como destaca o site do Ministério da Saúde, a morte de um ente querido é sempre um momento difícil para toda a família. Por isso, a orientação para quem quer ser doador e quer garantir que sua vontade seja respeitada é conversar seriamente com os parentes sobre esse desejo.

 

“Na maioria das vezes, os familiares atendem esse desejo”, informa o ministério. “Por isso, a informação e o diálogo são absolutamente fundamentais, essenciais e necessários.”

 

Depois que a família do morto dá aos médicos a autorização para a doação de órgãos, a equipe de saúde realiza uma outra entrevista, para descobrir o histórico clínico do possível doador.

 

O objetivo é investigar se eventuais hábitos do doador podem ter levado ao desenvolvimento de doenças ou infecções que representem algum perigo ao receptor.

 

Doenças crônicas como diabetes, infecções ou mesmo uso de drogas injetáveis podem comprometer o órgão a ser doado, inviabilizando o transplante. Por isso, a entrevista é essencial para que a equipe possa avaliar os riscos e garantir a segurança dos receptores e dos profissionais de saúde.

 

No caso do transplante de coração, como o do apresentador Fausto Silva, o Ministério da Saúde explica que todos os brasileiros têm o mesmo direito, independentemente de serem pacientes do sistema público de saúde ou particular. Em média, a maioria das pessoas consegue um coração em até três meses de espera. Somente neste ano, já foram realizados 261 transplantes de coração.

 

A ordem cronológica (quem chegou primeiro) não é o único critério de desempate da lista. Outros critérios até mais importantes são a gravidade da situação do paciente (se há risco de morte iminente), a compatibilidade entre doador e receptor (tipo sanguíneo, peso e altura) e também a localização (doador e receptor precisam estar no máximo a quatro horas de distância).

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